Resumo
A dor lombar (DL) é reconhecida e caracterizada mundialmente como um dos transtornos mais comuns e dispendiosos por sua múltipla etiologia, atingindo 60-80% dos adultos em alguma fase da vida (MUSTARD et al., 2005, SMITH; LEGGAT, 2007). Segundo dados do Ministério da Previdência Social do Brasil (2007), a DL situa-se em primeiro lugar na relação das 10 maiores frequências de auxílio-doença concedidos. O número total destas foi de 274.946, sendo 41.490 referidas a DL (15%). Nos Estados Unidos, dados do U.S. Bureau of Labor Statistics (2007) indicam que a dor na coluna representa 20,4% do total da distribuição de doenças e lesões por regiões do corpo. A DL também pode atingir indivíduos jovens, tais como crianças e adolescentes nas escolas e estudantes universitários, frequentemente antes de ingressarem na força de trabalho (SMITH; LEGGAT, 2007). A dor musculoesquelética (dor no pescoço, dor no ombro, dor lombar e dor periférica) foram comuns e frequentes em várias regiões anatômicas (ao mesmo tempo) em adolescentes entre 16 - 18 anos de idade (AUVINEN et al.,2009). Um estudo transversal de crianças e adolescentes (n= 3.269) entre 10-17 anos de idade, nas áreas de baixa renda de Pelotas (Brasil), demonstrou que a dor musculoesquelética e a dor lombar foram mais comuns entre os que trabalhavam do que os que não trabalhavam (FASSA et al. - The Pelotas, Brazil, Epidemiological Survey, 2005). Dois estudos encontraram evidentes correlações entre a experiência da DL enquanto crianças/adolescentes e a DL posterior como adultos (BRATTBERG, 2004; HESTBAEK et al.,2006). Estes estudos deram origem a uma previsão adversa para os adolescentes com DL aliada com a expectativa da persistência da DL ao atingirem a fase adulta (LINDSTROM-HAZEL, 2009). O estudo de consenso para padronização da definição de DL (DIONNE et al., 2008), descreve o quanto a ampla variabilidade cultural, lingüística, metodológica e experimental existente, dificulta a definição da prevalência da DL. 12