Resumo

A menor participação das meninas e mulheres no esporte é fruto de uma história de (des) incentivos e interdições. Uma proposta para enfrentar esse cenário é o Modelo de Educação Esportiva (MEE) que, por colocar a/o aluna/o no centro do processo de ensino-aprendizagem, permitindo a participação para além de jogadoras/es e possibilitando o sentimento de pertença através da filiação, proporciona uma maior inclusão, principalmente de meninas. Objetivo: Explorar as possibilidades pedagógicas para driblar esse cenário por meio de uma prática pedagógica baseada no MEE, considerando a dificuldade de construir uma prática co-educativa de futsal na escola. Desenvolvimento: Construímos uma unidade didática de 20 aulas com o oitavo ano. Durante as aulas, embora houvesse cooperação dentro dos times formados, em várias ocasiões, quando uma aluna tentava reivindicar seu espaço de fala, ela sofria interrupções de meninos. Nas atividades práticas, eles tendiam a monopolizar a bola, além de ridicularizar ou fazer comentários depreciativos sobre as alunas quando estas cometiam erros. Apesar do MEE promover uma maior inclusão, os desafios relacionados ao gênero permaneceram notórios. Ademais, observou-se que muitos alunos priorizavam excessivamente a competição individual, em detrimento do espírito coletivo e da colaboração em equipe, evidenciando um comportamento marcadamente individualista, o que também corrobora para a exclusão. Sugestões: A nossa prática com o MEE ajudou a proporcionar um ambiente de maior aprendizagem, participação ativa das/os alunas/os, respeito mútuo e de pertença através da filiação e do trabalho coletivo. Entretanto, é crucial salientar que, mesmo com a prática fundamentada no MEE, ainda persiste a dificuldade em proporcionar o protagonismo equitativo para todas as meninas e meninos. Fazer reflexões sobre situações e falas ocorridas nas aulas - e discutir sobre elas - é importante para tentar promover um espaço seguro e mais participativo para as meninas.

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