Resumo

 O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos especializados sobre o corpo feminino vinculados a um importante periódico da Educação Física brasileira da década de 40: "A Revista Brasileira de Educação Física". As práticas corporais e desportivas eram vistas como conquistas para as mulheres, mas ao mesmo tempo podiam colocar em risco o projeto de "ordem" e "progresso" e a própria representação de feminilidade vigente. Então, foram colocadas em ação várias retóricas discursivas que apontavam restrições à inserção feminina neste universo. A principal justificativa apresentada nas páginas da revista era o fator biológico, baseado principalmente nas diferenças anatômicas e fisiológicas, bem como em um excessivo medo da virilização da mulher. A título de conclusão, o trabalho aponta que, apesar das enormes limitações impostas às mulheres dentro das práticas corporais e desportivas, o seu ingresso neste universo representou uma conquista devido ao fato da sua saída do espaço privado do lar e entrada na esfera pública.

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