Educação das relações étnico-raciais e africanidades na educação física escolar: reflexões sobre a formação docente
Por Rudson Caetano Rodrigues (Autor).
Em IX Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana
Resumo
Pensar em propostas pedagógicas que visam romper com práticas tradicionais, coloniais e eurocentradas é fundamental para buscar comtemplar o ensino e aprendizagem das práticas corporais na educação física escolar. Dentre essas propostas, apoiada no pensamento decolonial (QUIJANO, 2005; WALSH, 2009), na Lei 11.645/2008 (BRASIL, 2008) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais (BRASIL, 2004), a educação das relações étnico-raciais busca interpretar as marcas sociais e históricas presentes na sociedade, nos corpos e nas práticas corporais, para trazer essas problemáticas para as aulas de educação física (SILVA, 2005); (MUNANGA, 2005). A promoção de formação docente específica sobre a temática, pode produzir e incorporar saberes e culturas que historicamente foram silenciadas e invisibilizadas na escola e na educação física escolar (BRASIL, 2004). Esses são atos incisivos na superação colonial que ainda permeia as relações da sociedade brasileira. Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar os saberes das questões étnico-raciais e das africanidades de professoras de educação física, nos anos iniciais do ensino fundamental, além das possibilidades e os desafios para o desenvolvimento das temáticas étnico-raciais (epistemológicas, didático-metodológicas, convicções político-pedagógicas, dentre outras). Caracterizando-se como uma pesquisa qualitativa e partindo de um método interativo e participativo, esse trabalho se desenvolveu sob a perspectiva da pesquisa-ação, na qual o relacionamento entre pesquisador e participantes se deu por meio de intervenções e contribuições na formação docente (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). As participantes voluntárias, foram duas professoras do componente de educação física e estudantes de duas escolas municipais, do 5º ano, dos anos iniciais do ensino fundamental, do município de Bauru, estado de São Paulo, Brasil. A pesquisa de campo contou com os seguintes instrumentos de coleta de dados: sessões de grupo focal, diário de campo do formador e diário de campo das professoras participantes.