Educação física é ciência? Um ensaio teórico-reflexivo

Por Fábio Hech Dominski (Autor), Guilherme Torres Vilarino (Autor), Eduarda Eugenia Dias de Jesus (Autor), Pedro Jorge Cortes Morales (Autor).

Parte de Boas práticas na educação física Catarinense 2022 . páginas 115 - 128

Resumo

O homem primitivo vivia em constante esforço físico e realizava diversas atividades físicas de modo que o ajudaram a sobreviver (WALLACE; HAINLINE; LIEBERMAN, 2018). Durante séculos, o ser humano apresentou um estilo de vida mais ativo, sendo o desenvolvimento do corpo fundamental para a sobrevivência e evolução, construindo-se, assim, uma cultura corporal do movimento. Observa-se essa importância na civilização grega, com o desenvolvimento da medicina e dos jogos, bem como na civilização romana com o treinamento militar e os espetáculos (SANTOS et al., 2022). Assim, percebe-se que muitos conteúdos estudados na Educação Física (EF) são intrínsecos às características humanas, fazendo parte da cultura. Todavia, a EF é uma área relativamente nova e, por mais que exista uma atenção ao corpo e à saúde dos indivíduos desde séculos atrás, não se pode afirmar que as práticas corporais praticadas antigamente equivalham à EF conhecida hoje. Atualmente, ainda existe um debate do que de fato a EF é: muitos acreditam nela como uma área voltada à prática pedagógica, outros para uma área científica, como aponta Betti (2005) em seu ensaio. Assim, percebe-se que não há um consenso entre os próprios profissionais da área sobre o seu campo de atuação, demonstrando que a EF ainda está amadurecendo e se modificando. Ao longo dos anos, ela foi criando uma identidade cada vez mais singular, diferenciando-se de outras áreas do conhecimento, tornando-se uma disciplina acadêmica e tendo um campo de atuação profissional fundamental com os anseios da sociedade.