Resumo

Nos últimos anos tem havido um grande interesse em buscar um significado autêntico, que justifique a presença do corpo na Educação Física. Não apenas pelo fato evidente de que o corpo biológico seja o centro das atividades da disciplina, como também a necessidade de conceituar corpo no sentido humano da palavra. Naturalmente que a ciência prega insistentemente o conceito de corpo como elemento da natureza, e dele extrai seu significado. Entretanto, todo o acervo experimental trazido pela cultura científica expôs um conceito de corpo pouco próximo do ser humano na sua totalidade. Essa afirmação se configura pelo fato de que todo o sentido de corpo adotado pela ciência, impõe o aspecto biológico como fragmento do sujeito. No curso da cultura ocidental, toda a relação do homem com o mundo tem se sustentado pela dicotomia: corpo-mente, sujeito-objeto, matéria-espírito, etc., e é pouco provável que consigamos desfazer essa dicotomia apoiado apenas por conceitos ou dados científicos. Considerando que as dicotomias possuem raízes profundas na cultura, e que todo o mundo contemporâneo se esforça para estabelecer parâmetros para formular novos paradigmas sobre a compreensão do homem, esse trabalho vem oferecer um acervo intelectual sobre a relação corpo-mente-alma no sentido de criar um universo filosófico para a Educação Física. Não se trata, no entanto, de resolver o problema do corpo, da mente, ou da alma. Trata-se da construção de um referencial teórico até então pouco explorado na Educação Física. É a presença maciça de uma filosofia pura, na tentativa de agregar conceitos filosóficos, científicos, artísticos, e religiosos como tópicos da cultura do corpo, os quais a Educação Física tanto necessita. Este universo teórico, fundamentado por uma Hermenêutica fenomenológica, congrega pensadores e sistemas filosóficos, e, na medida em que for sendo explicitado, descobre que todos os tópicos da cultura, subjetivamente buscam um ideal próximo do homem. Tanto que a natureza humana na sua pluviosidade descobre em si mesma um saber, um conhecimento, uma linguagem, e um corpo. Neste roteiro, descobre-se uma Educação Física repleta de todos esses elementos. É preciso vivê-los, praticá-los em todos os seus lugares: no belo, no justo, e no livre.

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