Resumo

O treinamento de força (TF) é recomendado para melhora da aptidão física, mas ainda há necessidade de informações sobre o comportamento da pressão arterial (PA) e da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) após diferentes métodos. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos agudos de três sessões de TF utilizando o método tradicional (MT), o superset (SS) e o tri-set (TS), alternando exercícios para membros superiores e inferiores na PA sistêmica e VFC em adultos normotensos. Participaram 17 indivíduos de ambos os sexos (Idade: de 31,58 ±3,92 anos; IMC: 24,58 ±1,97 Kg/m2; tempo de treinamento: 4,26 ±2,89 anos). Após avaliação antropométrica, e de um teste e reteste de 1 repetição máxima (1RM), os voluntários realizaram três sessões experimentais de TF randomizadas de forma alternada com os MT, SS e TS; compostas por 3 séries de 8 – 10 repetições, 90 segundos de intervalo entre as séries e exercícios, a 70% de 1RM nos exercícios: Supino Reto (SR), Leg Press 45° (LP45), Puxada Aberta pela Frente no Pulley Alto (PF), Cadeira Extensora (CE), Desenvolvimento Sentado (DS) e Cadeira Flexora (CF). No MT o intervalo ocorreu após cada série, e nos métodos SS e TS após combinação de exercícios (SUPERSET: SR + LP45, PF + CE, DS + CF; TRI-SET: SR + LP45 + PF, CE + DS + CF). Após repouso de 10 a 20 minutos, a PA e a VFC foram avaliadas antes de cada sessão por 10 minutos. Em seguida, os voluntários realizaram uma das sessões experimentais e, em seguida, a PA e a VFC foram avaliadas novamente imediatamente após as sessões (R0) e por 60 minutos em intervalos de 10 minutos (R1, R2, R3, R4, R5, R6) para comparação. Foi controlado o volume total (VT) (nº de séries x nº de repetições x carga) e a eficiência do treino (ET) das sessões (volume total/tempo da sessão). Não houves diferenças significativas no VT (MT=11828,35 ± 2673,55; SS=11815,76 ± 2678,44; TS=11830,88 ± 2648,20; p=1,000). Na ET, houve diferenças significativas entre os métodos (MT=305,58±74,26 < SS=422,91±99,96 < TS=488,85±99,48; p<0,001). Houve reduções significativas na pressão arterial sistólica (PAS) após o MT após 20 minutos (108,47 ±5,93; Δ= -5,24; p=0,037) e elevações significativas imediatamente após o SS (117,71 ±9,72; Δ=5,97; p=0,021) e o TS (117,71 ±8,83; Δ=7,65; p=0,003). Houve reduções significativas na pressão arterial diastólica (PAD) após o método SS em R1 (74,41 ±7,45; Δ=-5,00; p= 0,036). Houve diferençs significativas entre o MT e o TS (MT < TS) no domínio do tempo (SDNN, R1 p=0,036; SDNN R4 p=0,038; RMSSD R3 p=0,037). Foram encontrados aumentos significativos na modulação simpática após todas as sessões experimentais. Conclui-se que os métodos MT, SS e TS alternando exercícios de membros superiores e inferiores resultam em hipotensão na PAS após o MT, e na PAD após o SS, com seus mecanismos regulatórios mediados pelo aumento da modulação simpática. Apesar da não ocorrência de hipotensão após o TS, houve predominância simpática significativa em relação ao MT (MT < TS), para controle de outras respostas fisiológicas.

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