Resumo
Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 60 milhões de indivíduos que morrem de infarto agudo do miocárdio (IAM) por ano, sendo associada a uma maior incidência, entre todas as causas de doenças cardiovasculares. Dentre as recomendações para o tratamento desta patologia, o exercício de força tem se tornado amplamente recomendado, uma vez que proporciona uma maior biodisponibilidade de óxido nítrico, bem como uma melhora nos parâmetros de contratilidade em ratos saudáveis. Tendo em vista às adaptações crônicas ao treinamento de força, que são específicas ao estímulo de cada sessão de treino, o treinamento de força pode atuar positivamente contra as injúrias decorrentes do IAM. Objetivo: Avaliar o efeito do treinamento de força de baixa intensidade no coração de ratos submetidos à isquemia e reperfusão (I/R). Metodologia: A amostra foi composta por 24 animais, randomicamente agrupados em 3 grupos; SHAM - ratos não treinados, sem lesão de I/R; CTR - ratos controle, não treinados submetidos à I/R do miocárdio; TR + I/R - ratos treinados submetidos à I/R do miocárdio. Os animais passaram por um protocolo total de nove semanas, sendo a primeira de familiarização. Após 48 horas, iniciou-se o protocolo do treinamento de força, de oito semanas, durante três dias na semana, que consistiu em três séries com 15 repetições a 40% de 1RM, o grupo controle e sham não possuíam sobrecarga. Todos os grupos tiveram um intervalo de 90 segundos entre as séries. Os animais foram eutanasiados 48 horas após a última série, os corações foram removidos e submetidos à lesão por I/R e os parâmetros contráteis, área infartada e a concentração de creatina quinase (CK) foram avaliados. Os valores foram expressos com a média ± erro padrão da média. As diferenças foram consideradas estatisticamente significantes quando p<0,05. Resultados: O treinamento de força seguindo a metodologia proposta no estudo acarretou em uma preservação na pressão desenvolvida no ventrículo esquerdo de quase 92% em relação ao controle (*p<0,05 CTR vs. TR+I/R) nos corações que foram submetidos à I/R. No grupo dos animais que não treinaram, houve uma redução da contratilidade do grupo CTR quando comprado com o grupo que não passou por isquemia (#p<0,05 SHAM vs. CTR). O treinamento de força foi eficiente em atenuar a área infartada nos corações dos animais quando comparados com o grupo controle em (TR+I/R 16,24%, p<0,05) e (CTR 62,41%, p<0,05). Quanto a lesão observada através do marcador CK, obtivemos um aumento no momento pós no grupo CTR (**p<0,05 CTR vs. TR+I/R). Quando comparamos o grupo CTR com o SHAM, o CTR apresentou um aumento no momento pós e o SHAM não, confimando que não houve lesão nos corações que não passaram por isquemia (#p<0,05 SHAM vs. CTR). Conclusão: O treinamento de força, executado em baixa intensidade mostrou-se eficiente em promover cardioproteção, em ratos submetidos à isquemia e reperfusão.