Resumo

A intensidade do alongamento é uma variável que influencia de forma positiva nos efeitos observados pela prática do alongamento, e pode ser mensurada pela percepção subjetiva de desconforto do indivíduo ao alongar determinado grupamento muscular. Atualmente, existem poucos artigos publicados na literatura que tenham investigado os efeitos da intensidade do alongamento estático. O objetivo do estudo foi avaliar e comparar a amplitude de movimento máxima, a atividade muscular isométrica máxima de bíceps femoral e a produção de força isométrica máxima de flexores de joelho após dois protocolos de alongamento estático. Participaram 15 indivíduos saudáveis, do sexo masculino, idade 27,5 ± 6,6 anos, massa corporal 80,5 ± 10,3 kg, estatura 175,6 ± 4,7 cm, com experiência há pelo menos um ano em treinamento de força. Os sujeitos foram aleatorizados e realizaram dois protocolos (A e B) de alongamento estático passivo, para os músculos isquiotibiais (membro inferior direito), com um intervalo de 30 min entre os protocolos. As variáveis intensidade e volume do alongamento foram inversamente manipuladas, sendo que o protocolo A consistiu de seis séries de 45 s com intervalo de 15 s entre as séries e a intensidade foi mantida em 50% da escala de percepção subjetiva de desconforto (PSD); e o protocolo B consistiu de três séries de 45 s com intervalo de 15 s entre as séries e a intensidade foi mantida em 90% da PSD. Para determinação dos efeitos dos dois protocolos de alongamento, no membro inferior direito, foram realizadas mensuração da amplitude de movimento passiva por meio de flexímetro pendular, a atividade mioelétrica por meio da eletromiografia de superfície e a força isométrica máxima pelo dinamômetro de tração/compressão. Os resultados apresentaram aumento significante da amplitude de movimento entre as condições pré- e pós-alongamento para ambos os protocolos (protocolo A: 4,6%; protocolo B: 11,42%) e não foi observada diferença significante entre os protocolos em ambas as condições. Houve uma redução da variável dependente impulso (10%) apenas após a realização do protocolo B. A atividade muscular não apresentou diferença significante pré- e pós-alongamento nos dois protocolos. Conclui-se que a forma como foram manipuladas as variáveis intensidade e volume do alongamento estático se mostrou importante com relação ao aumento da amplitude de movimento máxima e da alteração da produção de força isométrica máxima.

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