Efeito da Prescrição de Caminhada Não Supervisionada Sobre o Risco Cardiovascular Global
Por Cláudia Lúcia de Moraes Forjaz (Autor), Tais Tinucci (Autor), Teresa Bartholomeu (Autor), Andréia Queiroz (Autor), Bruno Modesto (Autor), Rafael Fecchio (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 19, n 3, 2014.
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da prescrição de caminhada, sem supervisão da prática, sobre o risco cardiovascular global (RCG) de usuários de um parque público. A amostra foi constituída por 87 indivíduos que foram orientados a realizar caminhadas, sem supervisão profissional, pelo menos 3 vezes/semana, por pelo menos 30 min, em intensidade moderada. Antes e após a intervenção (até 6 meses), o RCG foi avaliado pelo Escore de Framingham. Considerando-se a amostra total, o RCG não se modificou significantemente após a intervenção (14,9±12,6 vs 14,5±11,4%, P=0,250). Entretanto, numa segunda análise, avaliou-se o efeito da intervenção nos indivíduos com alto (AR, n=24) e baixo (BR, n=42) RCG. Nesta análise, o RCG diminuiu no grupo AR (31,5±11,6 vs 29,0±10,7%, P=0,000) e não se alterou no BR (5,8±2,6 vs 6,6±3,6%, P=0,178). Com esta redução de risco, a frequência de indivíduos com AR diminuiu na amostra total (27,6 vs. 24,1%, P<0,05). Em conclusão, a prática da caminhada sem supervisão reduz o RCG de indivíduos com risco mais elevado. Estes resultados sustentam a recomendação de caminhada para a melhora da saúde cardiovascular, especialmente para indivíduos com alto risco, mesmo que ela seja realizada sem a supervisão de um profissional, como ocorre em parques públicos.