Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da prescrição de caminhada, sem supervisão da prática, sobre o risco cardiovascular global (RCG) de usuários de um parque público. A amostra foi constituída por 87 indivíduos que foram orientados a realizar caminhadas, sem supervisão profissional, pelo menos 3 vezes/semana, por pelo menos 30 min, em intensidade moderada. Antes e após a intervenção (até 6 meses), o RCG foi avaliado pelo Escore de Framingham. Considerando-se a amostra total, o RCG não se modificou significantemente após a intervenção (14,9±12,6 vs 14,5±11,4%, P=0,250). Entretanto, numa segunda análise, avaliou-se o efeito da intervenção nos indivíduos com alto (AR, n=24) e baixo (BR, n=42) RCG. Nesta análise, o RCG diminuiu no grupo AR (31,5±11,6 vs 29,0±10,7%, P=0,000) e não se alterou no BR (5,8±2,6 vs 6,6±3,6%, P=0,178). Com esta redução de risco, a frequência de indivíduos com AR diminuiu na amostra total (27,6 vs. 24,1%, P<0,05). Em conclusão, a prática da caminhada sem supervisão reduz o RCG de indivíduos com risco mais elevado. Estes resultados sustentam a recomendação de caminhada para a melhora da saúde cardiovascular, especialmente para indivíduos com alto risco, mesmo que ela seja realizada sem a supervisão de um profissional, como ocorre em parques públicos.

Acessar