Efeito da Substituição do Tempo de Tela e Atividades Físicas no Lazer na Percepção Positiva de Saúde de Universitários
Por Gildeene Silva Farias (Autor), Gerleison Ribeiro Barros (Autor), Mariana da Silva Ferreira (Autor), Thiago Ferreira de Sousa (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 24, n 1, 2019.
Resumo
Resumo
O objetivo deste estudo foi estimar o impacto da substituição do tempo de prática de atividades físicas no lazer e comportamentos sedentários sobre a autoavaliação positiva da saúde em universitários de uma instituição de ensino superior do estado da Bahia. Foram realizados dois inquéritos repetidos com universitários de uma mesma instituição nos anos de 2012 e 2014. A autoavaliação positiva de saúde foi o desfecho deste estudo. O tempo por dia despendido em 17 modalidades e o tempo no total de atividades físicas no lazer, mais quatro comportamentos sedentários de tela e tempo de tela no total foram padronizados por uma constante de 30 minutos. O modelo de substituição isotemporal foi empregado por meio da estimativa do Odds Ratio (OR), via regressão logística binaria. O nível de significância foi de 5%. Houve a participação de 1.085 e 1.041 universitários nos anos de 2012 e 2014, respectivamente. Observou-se maiores chances de percepção positiva da saúde ao realocar o tempo de uso de computador em pesquisas para a prática de futebol, lutas, corrida em esteira e musculação. De modo geral, maiores chances de autoavaliação positiva da saúde foram mostrados ao realocar 30 minutos por dia do tempo de tela no total para o tempo de prática de atividades físicas no lazer no total (OR = 1,14; IC95%: 1,10–1,18). Conclui-se que substituir pelo menos 30 minutos por dia de uso de computador em pesquisas para a prática de atividades físicas no lazer, maximiza a autoavaliação positiva do nível de saúde em universitários.
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