Efeito da Suplementação Aguda de Taurina Sobre Variáveis Ventilatórias Durante a Recuperação em Nadadores
Por B. S. M. Galan (Autor), C. Dato (Autor), F. Giolo de Carvalho (Autor), Ronaldo Bucken Gobbi (Autor), E. Zapaterra Campos (Autor), C. A. Kalva-filho (Autor), Marcelo Papoti (Autor), E. Cristini de Freitas (Autor).
Resumo
A taurina é um composto nitrogenado que apresenta diversos efeitos fisiológicos benéficos podendo-se destacar ação antioxidante, aumento da força de contração muscular e da sensibilidade à insulina. Pesquisadores sugerem que a taurina atua na modulação do metabolismo lipídico, aumentando a disponibilidade deste substrato energético para o trabalho muscular e desta forma reduz a utilização de reservas de glicogênio, favorecendo a recuperação após o exercício. A suplementação de taurina, associada a um acompanhamento nutricional adequado, seria uma alternativa para maximizar a recuperação após as sessões de treino e durante os períodos de competições. Entretanto, poucos estudos investigaram suas reais contribuições para a recuperação pós-treino em nadadores. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da suplementação aguda de Taurina sobre a recuperação de variáveis ventilatórias após esforço máximo em natação. Foi realizado um estudo duplo-cego, contando com a participação de seis nadadores, com 19,21±1,91 anos, os quais realizaram dois esforços de 400 m. no menor tempo possível. Previamente aos esforços (120 min), os participantes receberam cápsulas contendo 6g de taurina (TAU) ou Placebo (PLA). Para a determinação dos efeitos da taurina sobre a recuperação, foram avaliados os comportamentos do consumo de oxigênio (VO2), coeficiente respiratório (QR) e ventilação (VE), durante cinco minutos após os esforços. Para isso, foi calculada a integral (área durante cinco minutos de recuperação) destas variáveis em relação ao tempo de recuperação. Além disso, o VO2 pico (VO2PICO) foi determinado pela técnica de retro extrapolação. As possíveis diferenças entre as situações TAU e PLA foram determinadas por meio do Teste t de Student para amostras dependentes, com um nível de significância de p<0,05. Não foram constadas diferenças entre os tempos de esforços máximos de 400m entre os atletas que receberam TAU (280,30±19,07 s) ou PLA (281,32±17,34 s) (p=0,51). Assim como não foram observadas diferenças significativas entre TAU e PLA quando analisados os comportamentos VO2 (TAU = 6,16 ± 1,1 L; PLA = 6,16 ± 0,94 L; p=0,99), QR (TAU = 7,27±0,69; PLA = 7,17±0,56; p=0,71), VE (TAU= 291,58±71,57l L; PLA = 316,98±87,78 L; p=0,09) e VO2PICO (SUP = 4,00±0,58; PLA = 4,39±0,79; p=0,28). Foram constadas correlações para a área do VO2 (r=0,84) e da VE (r=0,95) entre os grupos TAU e PLA. A área sobre o comportamento do QR não foi significativamente correlacionada entre as situações (r=0,56; p= 0,25). Por tanto, a suplementação aguda de taurina não potencializou a recuperação das variáveis ventilatórias após o esforço de 400 m. na natação.