Resumo

INTRODUÇÃO: O conceito do treinamento aplicado aos esportes, foi estendido na promoção da saúde e reabilitação em diferentes grupos etários. Atualmente evidências sugerem que o treinamento de força (TF) resultam em benefícios nas pessoas em condição clinico-patológica. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar sistematicamente na literatura, o efeito de dois modelos de periodização do TF [Periodização Linear (PL) e Periodização Não-Linear (PNL)] na resposta morfofuncional de adultos com diferentes níveis de atividade física (AF). METODOLOGIA: A revisão sistemática da literatura foi realizada nas bases de dados Ebsco, PubMed e Web Of Science, no período de Janeiro de 2007 a Maio de 2017. Foram considerados os descritores resistance training; strength training; undulating periodization; daily undulating periodization; non-linear periodization. Na 1ª fase foram identificadas publicações potencialmente elegíveis para a revisão e excluídas suas duplicações. Permaneceram nesta, 4337 publicações com potencial de revisão. Na 2ª fase, os critérios de inclusão foram aplicados pelos pesquisadores na seleção dos artigos sendo: artigos que: continham no título e/ou resumo os termos “daily undulating periodization”, “weekly undulating periodization”, “non linear periodization” e “undulating periodization”; artigos que: compararam o efeito de um programa de TF, seguindo PL com um TF seguindo PNL. Permaneceram 22 publicações com possibilidade de integrar a revisão. Na 3ª fase foram aplicados os critérios de exclusão (artigos de revisão; artigos em revistas não indexadas, artigos sem revisores peer-review, artigos sem amostra detalhada, artigos sem análise estatística detalhada, artigos que não continham descrição dos métodos de treinamento). Após a análise, das 22 publicações foram selecionadas, 17 artigos que atenderam o processo de revisão utilizado. RESULTADOS: Para ambos modelos do TF, a média do número de séries encontrada foi de 3, do número de repetições utilizadas foi de 10, de duração do intervalo foi de 2 minutos e do número de exercícios utilizados foi de 7 ± 3. A intensidade da carga do TF foi representada pelo percentual de 1RM em 17,65% dos estudos e pelo número de repetições máximas que os indivíduos executaram a cada série (70,58%). A média de frequência semanal de treinamento foi de 3 vezes na semana. A média de tempo de intervenção total foi de 13 ± 5 semanas. A média da carga diária de treinamento foi de 201 UA, sendo 199 UA para PL e 203 para PNL (p>0,05). A média da carga semanal de treinamento foi de 658 UA, sendo 654 UA para PL e 662 para PNL (p<0,05). A média da carga total de treinamento foi de 10.032 UA, sendo 9.803 UA para PL e 10.261 UA para PNL (p<0,05). As principais variáveis controladas no modelo experimental foram a força muscular determinada pelo 1RM em 82,35% das pesquisas e salto vertical (5,9%), composição corporal determinada pelo percentual de massa muscular e gordura corporal, massa corporal total e IMC (23,5%), resposta hormonal determinada pela testosterona, cortisol e respondedores de citocinas (17,6%) e biomarcadores sanguíneos determinados pelo colesterol total e frações, HOMA-IR e glicemia (5,9%). CONCLUSÃO: Embora não tenhamos encontrado diferenças significativas na carga de treinamento em ambos modelos, os resultados sugerem que a utilização de PNL é mais eficaz que PL para melhoria morfofuncional (52,9% dos estudos) de indivíduos com diferentes níveis de AF. Em 17,6% dos estudos que utilizaram PNL, foram identificadas semelhanças no protocolo de treinamento (ondulação diária, respectivamente, de: 2, 3 e 4 séries; 12-15, 8-10 e 3-5 repetições; 45s, 1min e 1min30 duração de intervalo).

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