Efeito do treinamento aeróbico na aptidão funcional de mulheres idosas destreinadas com comprometimento cognitivo leve
Por Salviano Resende Silva (Autor), Newton Benites Carvalho Lima (Autor), Marco Antônio Luz Freire Gouveia (Autor), Lara Fabian Vieira Barbosa (Autor), Diego Silva Patrício (Autor), Antônio Gomes de Resende-Neto (Autor), José Carlos Aragão-Santos (Autor), Marzo Edir Da Silva-Grigolett (Autor).
Resumo
O declínio físico e cognitivo sofre influência direta do envelhecimento, no qual as mulheres sofrem uma involução severa após a menopausa, pela redução da produção hor-monal. O comprometimento cognitivo leve (CCL) destaca a atuação anormal dos subdomínios da cognição, sem comprometer as atividades da vida diária. O treinamento aeróbico é uma alternativa para intervir sobre o CCL, por sua ação no aumento da oxigenação encefálica. No entanto, não está claro sua influência na funcionalidade. Objetivo: Verificar o efeito de oito semanas de treinamento aeróbico na aptidão funcional de mulheres idosas destreinadas com comprometimento cognitivo leve. Métodos: Participaram do estudo 35 idosas (66,8 ± 4,6 anos; 26,6 ± 4,0 kg/m²), com pontuação no Montreal Cognitive Assessement ≤ 26 pontos (19,2 ± 3,6), com um escore total na Escala de Atividades Instrumentais da Vida Diária > 18 pontos (20,6 ± 0,8) e apresentando queixas subjetivas de memória. A aptidão funcional foi avaliada por meio dos seguintes testes: Sentar e Levantar em 5 repetições (SL5r), Timed Up and Go (TUG), Vestir e Tirar a Camisa (VTC), Levantar do Solo (LS), Gallon-Jug Shelf-Transfer (GJST) e Caminhada de 10 metros (C10m). As sessões de treinamento foram divididas em quatro blocos: 1- mobilidade articular, estabilidade e ativação, 2- aeróbico contínuo, 3- ritmado e 4- intervalado. No bloco contínuo as participantes caminharam a uma intensidade de 50% a 80% da frequência cardíaca de treino durante 10 minutos. No terceiro bloco foram orientadas a repetir movimentos rítmi-cos (para frente, traz e lados) da ginástica aeróbica clássica por 10 minutos. E o quarto bloco foi destinado ao método intervalado, organizado em formato de revezamento com sprints cur-tos, com duração total também de 10 minutos. Para controle da intensidade foi escolhida uma participante aleatória por sessão, para monitorar a frequência cardíaca (FC) durante a sessão de treinamento e ao final da sessão foi questionada a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE). A análise estatística foi feita pela ANOVA de um fator. Os dados foram expressos em média ± desvio padrão e o valor de p≤0,05 foi considerado significativo. Resultados: Foi encontrado resultado significativo apenas no teste de TUG (pré: 7,43 ± 0,82; pós = 7,0 ± 0,79; p < 0,01). Os demais testes SL5r, VTC, SL, GJST e C10 não houve diferença significativa entre os momentos. A PSE apresentou uma média 5,7 ± 1,1 entre as sessões, já a FC comportou-se diferente entre os blocos (B1 = 96,2 ± 14,01 bpm; B2 = 132,7 ± 11,0 bpm; B3 = 121,8 ± 9,9 bpm; B4 = 123,2 ± 11,4 bpm), demonstrando uma variação média resultante das características dos blocos. Conclusão: Con-clui-se que o treinamento aeróbico, após oito semanas de intervenção, melhora a agilidade e o equilíbrio dinâmico, mas não altera de maneira global a aptidão funcional em mulheres idosas destreinadas com comprometimento cognitivo leve.