Resumo

O declínio físico e cognitivo sofre influência direta do envelhecimento, no qual as mulheres sofrem uma involução severa após a menopausa, pela redução da produção hor-monal. O comprometimento cognitivo leve (CCL) destaca a atuação anormal dos subdomínios da cognição, sem comprometer as atividades da vida diária. O treinamento aeróbico é uma alternativa para intervir sobre o CCL, por sua ação no aumento da oxigenação encefálica. No entanto, não está claro sua influência na funcionalidade. Objetivo: Verificar o efeito de oito semanas de treinamento aeróbico na aptidão funcional de mulheres idosas destreinadas com comprometimento cognitivo leve. Métodos: Participaram do estudo 35 idosas (66,8 ± 4,6 anos; 26,6 ± 4,0 kg/m²), com pontuação no Montreal Cognitive Assessement ≤ 26 pontos (19,2 ± 3,6), com um escore total na Escala de Atividades Instrumentais da Vida Diária > 18 pontos (20,6 ± 0,8) e apresentando queixas subjetivas de memória. A aptidão funcional foi avaliada por meio dos seguintes testes: Sentar e Levantar em 5 repetições (SL5r), Timed Up and Go (TUG), Vestir e Tirar a Camisa (VTC), Levantar do Solo (LS), Gallon-Jug Shelf-Transfer (GJST) e Caminhada de 10 metros (C10m). As sessões de treinamento foram divididas em quatro blocos: 1- mobilidade articular, estabilidade e ativação, 2- aeróbico contínuo, 3- ritmado e 4- intervalado. No bloco contínuo as participantes caminharam a uma intensidade de 50% a 80% da frequência cardíaca de treino durante 10 minutos. No terceiro bloco foram orientadas a repetir movimentos rítmi-cos (para frente, traz e lados) da ginástica aeróbica clássica por 10 minutos. E o quarto bloco foi destinado ao método intervalado, organizado em formato de revezamento com sprints cur-tos, com duração total também de 10 minutos. Para controle da intensidade foi escolhida uma participante aleatória por sessão, para monitorar a frequência cardíaca (FC) durante a sessão de treinamento e ao final da sessão foi questionada a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE). A análise estatística foi feita pela ANOVA de um fator. Os dados foram expressos em média ± desvio padrão e o valor de p≤0,05 foi considerado significativo. Resultados: Foi encontrado resultado significativo apenas no teste de TUG (pré: 7,43 ± 0,82; pós = 7,0 ± 0,79; p < 0,01). Os demais testes SL5r, VTC, SL, GJST e C10 não houve diferença significativa entre os momentos. A PSE apresentou uma média 5,7 ± 1,1 entre as sessões, já a FC comportou-se diferente entre os blocos (B1 = 96,2 ± 14,01 bpm; B2 = 132,7 ± 11,0 bpm; B3 = 121,8 ± 9,9 bpm; B4 = 123,2 ± 11,4 bpm), demonstrando uma variação média resultante das características dos blocos. Conclusão: Con-clui-se que o treinamento aeróbico, após oito semanas de intervenção, melhora a agilidade e o equilíbrio dinâmico, mas não altera de maneira global a aptidão funcional em mulheres idosas destreinadas com comprometimento cognitivo leve.

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