Resumo
A manipulação da amplitude de movimento (ADM) no treinamento de força parece influenciar no torque máximo isométrico. Assim, o presente estudo objetiva comparar a alteração de desempenho no teste de contração isométrica voluntaria máxima (CIVM) em diferentes ângulos articulares entre e intra grupos realizados em diferentes faixas de ADM, após 12 semanas de treinamento no aparelho banco extensor de joelhos. Para isso, 32 mulheres sedentárias entre 18 a 30 anos foram distribuídas igualmente entre um grupo controle e três grupos de treinamento. As voluntárias dos grupos de treinamento realizaram 3 vezes por semana protocolos constituídos de 3-6 séries de 7 repetições a 60% do desempenho no teste de uma repetição máxima (1RM), com duração da repetição de 4s e pausa de 180s. A principal diferença entre os protocolos de treinamento foi a faixa de ADM percorrida. O primeiro grupo percorreu a amplitude de movimento parcial inicial (API) delimitada pelos ângulos entre 100º e 65º de flexão de joelho (0º = joelho estendido). O segundo grupo percorreu a amplitude de movimento parcial final (APF) delimitada pelos ângulos entre 65º e 30º de flexão de joelho. O terceiro grupo percorreu a amplitude de movimento completa (ACO) delimitada pelos ângulos entre 100º e 30º de flexão de joelho. Antes e após iniciarem o treinamento foram realizados testes de CIVM nos ângulos de 30º, 65º e 100º de flexão de joelho e a mudança relativa no desempenho nestes testes foi usada para comparação entre os grupos. Os resultados da comparação em cada ângulo demonstraram que os grupos ACO, API e APF apresentaram maior alteração relativa no desempenho no teste de CIVM nos ângulos de 100° e 65°. Além disso, o grupo API apresentou maior alteração relativa que os grupos ACO e APF no ângulo 100°. No ângulo de 30°, somente o grupo APF apresentou maior alteração relativa comparada aos demais grupos (ACO, API e Controle). Adicionalmente, na comparação entre ângulos dentro de cada grupo, os grupos API e APF apresentaram aumento do torque máximo isométrico específico aos ângulos treinados e, os grupos ACO e o grupo Controle não apresentaram diferenças na variação do desempenho nos testes de CIVM entre os ângulos investigados. De forma geral, foi observado um aumento de torque máximo isométrico coerente com as faixas de ADM treinadas, independente se eram parciais ou ADM completa.