Efeito do Período Preparatório Básico na Função Renal de Futebolistas Profissionais
Por Adelino Sanchez Ramos da Silva (Autor), Vanessa Santhiago (Autor), Marcelo Papoti (Autor), Claudio Alexandre Gobatto (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A creatinina determinada na urina e no soro tem sido utilizada para avaliar a função
renal de indivíduos sedentários através da taxa de filtração glomerular (TFG). Contudo,
pouco se sabe quanto ao comportamento da TFG em resposta ao treinamento.
Assim, o objetivo do estudo foi verificar as respostas da TFG ao treinamento de
futebolistas profissionais. Participaram do estudo 18 jogadores de futebol que foram
avaliados antes (T1, semana 0) e após (T2, semana 6) o período preparatório básico
(PPB). A avaliação antropométrica compreendeu a mensuração da estatura, massa
corporal e percentual de gordura. Para determinação da creatinina (método de Larsen)
no soro foram coletados 5 mL de sangue através de venipuntura utilizando sistema
à vácuo. Na urina, a creatinina (método de Lutgarten e Wenk Modificado) foi obtida
através de coleta de 24 horas. A TFG foi determinada através de dois métodos: o
primeiro utiliza as concentrações de creatinina no soro e na urina e é denominado
de método real, já o segundo, denominado de método estimado, utiliza apenas a
concentração de creatinina no soro para determinar a TFG. Para avaliar as respostas
das variáveis estudadas foi utilizado o teste t-student para amostras não pareadas. A
correlação de Pearson serviu para verificar as relações das variáveis. Não houve
diferença significativa na creatinina sérica determinada em T1 (1,14 ± 0,31 mg/dL)
e T2 (1,24 ± 0,26 mg/dL). Já, a creatinina urinária foi significativamente maior em
T1 (30,82 ± 11,60 mg/dL) quando comparada a T2 (11,82 ± 7,02* mg/dL). Não
houve correlação entre as concentrações de creatinina determinadas no soro e na
urina. A TFG determinada pelos métodos real (148,60 ± 77,93 vs. 50,47 ± 29,24*)
e estimado (119,92 ± 28,38 vs. 99,98 ± 26,18*) foram significativamente maiores
em T1 quando comparadas a T2.Além disso, foi observada correlação significativa
entre os métodos de determinação da TGF em T1 (r=0,66) e T2 (0,82). Podemos
concluir que embora as concentrações de creatinina determinadas no soro e na
urina não tenham sido correlacionadas, os métodos de determinação da TFG
apresentaram comportamento semelhante. Contudo, nossos resultados mostram
que tanto a TFG real quanto a estimada podem ser utilizadas para avaliação renal de
atletas, no entanto, sua sensibilidade ao treinamento necessita de maiores
investigações. Apoio Financeiro: Fapesp (processo 04/15241-4), Capes, CNPq
(processo 130441/2004-0) e Fundunesp (processo 00844/03-DFP)