Resumo

Durante o exercício ocorre um aumento nas concentrações séricas de creatinina e
uréia que são freqüentemente mensuradas com o objetivo de monitorar o
metabolismo protéico, visto que elevadas concentrações desses marcadores no sangue,
simbolizam um estado elevado de estresse. O objetivo desse estudo foi verificar o
comportamento das concentrações séricas de creatinina e uréia durante um ciclo de
14 semanas de treinamento na natação. Para isso foram analisados 13 atletas do sexo
masculino (H) e 8 do sexo feminino (M) de uma equipe de nível internacional,
pertencente à Federação Aquática Paulista. A coleta de 6 mL de sangue da veia
antecubital direita em jejum para a determinação das concentrações de creatinina
através do método de Larsen e uréia através do método de Crocker Modificado, foi
realizada antes (A1) e após (A2) o período preparatório básico (PPB), após (A3) o
período preparatório específico (PPE) e após (A4) o período de polimento (PP). O
PPB foi composto por 3 semanas e teve volume médio de treino de 6847 m/dia, o
PPE teve duração de 7 semanas com 5647 m/dia e o PP teve duração de 4 semanas
com 3453 m/dia de volume médio de treino. Para a comparação entre as
concentrações de uréia e creatinina no soro nos diferentes períodos de treinamento
foi utilizado o teste Anova-two way. Os resultados foram expressos em média ±
desvio padrão e o nível de significância adotado foi de 5%.A concentração sérica de
uréia foi significativamente maior para o grupo H em A2 (40,02 ± 5,53 ml/100ml)
comparada aos demais períodos (A1= 27,71 ± 5,82; A3= 30,56 ± 7,00 e A4= 33,15
± 6,82 ml/100ml). O grupo M apresentou comportamento semelhante nos períodos
A1= 25,06 ± 5,06, A2= 38,59 ± 9,58, A3= 23,89 ± 2,49 e A4= 29,32 ± 4,20 ml/
100ml. Já as concentrações de creatinina no soro não foram significativamente
diferentes entre os períodos, tanto para o grupo H (A1= 1,36 ± 0,11; A2= 1,46 ±
0,31;A3= 1,35 ± 0,19 e A4= 1,35 ± 0,23 ml/100ml) quanto para o grupo M (A1=
1,25 ± 0,15; A2= 1,23 ± 0,18; A3= 1,27 ± 0,13 e A4= 1,15 ± 0,08 ml/100ml).
Através dos resultados obtidos neste estudo pudemos concluir que embora as
concentrações de uréia tenham sido significativamente maiores no período A2 em
homens, somente a utilização de marcadores de estresse como creatinina e uréia não
são suficientes para estudar as possíveis adaptações do treinamento. Apoio Financeiro:
CNPq (proc. 130441/2004-0); CAPES; FAPESP (proc.04/15241-4); Fundunesp
(proc. 00844/03-DFP).

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