Resumo

Ao contrário do que ocorre em provas de piscina, competições em águas abertas estão sujeitas as condições ambientais, sendo uma delas as baixas temperaturas. Em determinadas circunstâncias é permitido o uso de roupas especiais para evitar hipotermia. O objetivo do estudo foi verificar os efeitos do uso da roupa de neoprene em um grupo composto por triatletas e nadadores, comparado ao uso de vestimentas convencionais (sunga) sobre variáveis cinemáticas e psicofisiológicas do nado. Participaram 20 homens (12 triatletas e oito nadadores) de idade 22,0 ± 6,6 anos com desempenhos que correspondem a 75 ± 7,7% do melhor tempo brasileiro na prova de 400 m. Os atletas realizaram duas repetições máximas e duas submáximas de 400 m em nado "crawl", com e sem o uso da roupa de neoprene. Foram comparadas a velocidade média (VM), comprimento de braçada (CB), frequência de braçada (FB), índice de nado (IN), percepção subjetiva de esforço (PSE), frequência cardíaca (FC), e concentração de lactato sanguíneo (LAC). Um conjunto de ANOVAs com medidas repetidas do tipo "two-way" foi aplicado. Quando diferenças foram encontradas o teste de Tukey foi empregado. Com o traje de neoprene, em máxima intensidade, o tempo para nadar a distância foi 6,4% menor, com manutenção da FB e aumento da CB, as variáveis psicofisiológicas não diferiram estatisticamente. Em esforço submáximo, o uso do traje de neoprene resultou em menor FB, maior CB, maior IN e em menores valores de FC, LAC e PSE (p < 0,05). O uso do traje proporcionou melhoria do desempenho nos aspectos biomecânicos, fisiológicos e perceptivos e que o aumento da VM em esforço máximo não depende exclusivamente de alterações na FB e CB. Possivelmente, incrementos nos parâmetros associados ao nado pode ter melhorado a eficiência mecânica do movimento, a qual pode ter provido uma economia de movimento que resultou em melhor desempenho.

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