Resumo

O objetivo geral do trabalho foi investigar as respostas agudas frente a participação metabólica, exposição a hipóxia normobárica sistêmica de um único esforço supramáximo até a exaustão e durante sessões de treinamento intervalado em alta intensidade. Para contemplar este objetivo foram realizados três experimentos, o primeiro deles comparou os efeitos da hipóxia sobre a participação metabólica e a capacidade anaeróbia (CA) durante um esforço supramáximo até a exaustão. Para tanto foram recrutados 17 homens, ativos e saudáveis, estes foram submetidos a três dias de intervenções distintas, sendo o primeiro um teste incremental até a exaustão para determinar o máximo consumo de oxigênio (VO2MAX) e intensidade relacionada ao máximo consumo de oxigênio (IVO2MAX), no segundo e terceiro dias foram realizados de forma cega e aleatórias dois esforços até a exaustão (Tlim) em intensidade supramáxima a 110% da IVO2MAX sendo um deles em situação de normóxia (FiO2 = 20,9%) e outro em situação de hipóxia (FiO2= 14,0%). Durante os esforços foi mensurado o consumo de oxigênio (VO2), amostras de sangue para determinação das concentrações de lactato sanguíneo ([La]). Estes dados foram utilizados para determinar a contribuição energética do metabolismo aeróbio (EAer) e dos metabolismos anaeróbios (EANA) aláticos (EAla) e lácticos (E[La]), a CA foi considerada como a somatória dos metabolismos anaeróbios (EAla + E[La]). O segundo estudo objetivou caracterizar uma sessão de treinamento intermitente aplicando a hipóxia somente durante os períodos de recuperação (modelo de hipóxia de recuperação) e comparar suas respostas fisiológicas com a situação de normóxia. Neste estudo 15 homens foram submetidos a três dias de intervenção, sendo o primeiro um teste incremental até exaustão e nos outros dois realizados de forma cega e aleatória duas sessões de treinamento em alta intensidade compostas por 10 esforços a 100%da IVO2MAX de 1 minuto de duração com intervalos passivos de 2 minutos entre esforços, estes treinos foram realizados em normóxia (NN) (FiO2= 20,9%) ou em situação de hipóxia (FiO2= 13.6%) somente durante os períodos de recuperação (HR). O terceiro comparou alterações na contribuição energética dos EANA causados pela hipóxia durante sessões de treinamento intervalado em alta intensidade. Para tanto a hipóxia foi aplicada em duas formas diferentes, durante toda a sessão de treino (HH) ou somente durante os intervalos de recuperação entre esforços (HR). 15 homens foram submetidos a 4 dias de intervenções, sendo realizadas no primeiro dia um teste incremental até a exaustão, nos demais dias foram realizadas três sessões de treinamento similares ao estudo 2, os valores de VO2 e [La] foram utilizadas para calcular as contribuições energéticas dos metabolismos. Podemos concluir que quando aplicado a hipóxia em um único esforço supramáximo até a exaustão a hipóxia não parece ser capaz de causar alterações nas contribuições dos EANA ou na CA, entretanto quando realizado esforços intervalados em intensidade máxima, com intervalos de recuperação incompletos a aplicação da hipóxia resultou em diminuição da contribuição do EAer e consecutivo aumento da contribuição do E[La] sem alterações na contribuição do EAla.

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