Resumo

Introdução: A caminhada e corrida de orientação é uma modalidade de trekking que pode ser realizado com foco competitivo, de lazer ou para promoção da saúde e qualidade de vida. Embora o nível de esforço físico seja variável entre o leve até o intenso, os mecanismos alostáticos que incidem sobre o sistema neurocardiovascular e metabólico ainda são pouco estudados tanto em iniciantes quanto em atletas de esportes de aventura e endurance. Objetivo: Avaliar os efeitos agudos do trekking sobre a Pressão Arterial e a Freqüência Cardíaca, e verificar os ajustes da Pressão Arterial Média, Pressão de Pulso e o Duplo Produto em resposta ao esforço físico leve em pessoas iniciantes com diferentes níveis de aptidão física.
Materiais e Métodos: A amostra consistiu de dez (10) mulheres e dois (02) homens, na faixa etária entre 25 até 64 anos, fisicamente ativos, considerados aptos para atividades físicas com resposta negativa aos itens do questionário Par-Q e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para pesquisa com seres humanos. Foram excluídos pessoas com diabetes. Os iniciantes em Trekkingpercorreram 9 Km, entre 09:00h até 13:00h, em temperatura ambiente de 24 graus e umidade relativa do ar de 71%. O nível de intensidade foi classificado como leve e o trekking ocorreu em ambiente natural, com desafios em terreno de aclives, declives, charcos, manguezal, praia, estrada de chão batido e vegetação natural contendo espinhos, folhagens cortantes e irritantes na cidade de Paripueira/AL. Todos os participantes foram orientados para manter a hidratação, a glicemia e informar contato com alérgenos. Foram aferidas a Pressão Arterial {Sistólica (PAS) e Diastólica (PAD)} e a Freqüência Cardíaca, imediatamente antes e até o segundo minuto após a caminhada com monitor cardíaco (G-TECH®/BP3AA1). Em seguida determinou-se a Pressão Arterial Média (PAM), a Pressão de Pulso (PP) e o Duplo Produto (DP) e os dados foram analisados estatisticamente usando BioEstat 5.0 aplicando-se teste t-Student para amostras pareadas. Os resultados estão expressos como média e erro-padrão e foram considerados significativos quando p<0,05. Resultados: a tabela apresenta as variáveis cardiovasculares aferidas e calculadas expressas como média ± erro padrão da média. Observou-se que para esse grupo de indivíduos o trekking não elevou a pressão arterial Sistólica, Diastólica e Média, assim como a Pressão de Pulso (PP). Entretanto, verificaram-se diferenças significativas (**p<0,01) na Frequência Cardíaca (FC) e no Duplo Produto (DP = FC x PAS). Conclusões: os resultados indicam que o trekking promove alterações cardiovasculares agudas principalmente relacionadas à variação da FC e do Duplo Produto. A resposta de pouca variação da Pressão Arterial sugere que a FC é o fator principal que contribuiu para alterar significativamente o DP indicando o efeito deste tipo de atividade física sobre o miocárdio. Outro fator a ser considerado é a liberação de catecolaminas que não foi objeto nesse estudo. Embora de intensidade leve, a duração do trekking parece ter sido um fator de sobrecarga para o tecido miocárdico nesse grupo de iniciantes.

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