Resumo

Introdução: O Brasil ocupa a quarta posição no ranking de países com maiores números de diagnósticos de Diabetes mellitus (DM). Atualmente, são cerca de 12,5 milhões de brasileiros convivendo com a doença. Os benefícios da prática regular de exercício físico (EF) para pessoas com Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) são diversos, entre eles, melhora da saúde mental, aumento da qualidade de vida e redução de complicações na saúde geral. Entre as complicações da DM1 estão as que acometem o sistema cardiovascular, sendo essas, as principais causas de morte em pessoas com DM, de qualquer tipo. As complicações surgem em virtude da glicotoxidade promovida pela hiperglicemia crônica, que promove lesões em órgãos alvos. O EF praticado de forma aguda (uma sessão) e crônica (o acumulo de várias sessões), modula a glicemia e variáveis cardiovasculares como a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), a frequência cardíaca (FC) e o duplo produto. Os efeitos moduladores do EF nessas variáveis e na glicemia, parecem ser diferentes em magnitude e resposta quando comparados o exercício aeróbico (EA) e o exercício resistido (ER). Desse modo, a análise dessas variáveis de forma aguda e crônica é relevante para a saúde de pessoas com DM1. Métodos: Pessoas com DM1 participantes do projeto “Exercício físico como açúcar diário” foram randomizadas em ER e EA durante 12 semanas, com duas sessões semanais de intensidade (moderada) e duração (~30 minutos) equalizados, seguidos por cross-over. Foram mensurados Glicemia, Frequência cardíaca, Pressão arterial, duplo produto nos momentos PRE, PÓS-0 e PÓS 20 minutos das sessões. Além de variáveis de controle como percepção subjetiva de esforço, prazer à prática e percentual alcançado da frequência cardíaca que foram mensuradas de forma aguda. Resultados: Agudamente, homens apresentaram maiores valores de redução glicêmica após EA do que mulheres, contudo, nos parâmetros cardiovasculares não houve diferença entre EA e ER, por outro lado, cronicamente não houveram diferenças em nenhum dos parâmetros avaliados nem entre EA e ER e, nem entre os sexos. No que diz respeito as variáveis de controle, não foram observadas diferenças para nenhum dos parâmetros entre homens e mulheres agudamente. Conclusão: Agudamente, com intensidade e duração equalizados, no EA homens tem maiores reduções de glicemia do que as mulheres e portanto no início do treinamento isso deve ser levado em consideração na prescrição do EF, contudo, cronicamente, essa resposta parece ser suprimida, não havendo diferenças entre os sexos e nem entre as modalidades de EF.

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