Resumo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode afetar as funções executivas. Alguns estudos têm demonstrado que o exercício físico agudo pode melhorar a cognição em crianças neuroatípicas. Com isso, o objetivo da pesquisa foi o de verificar os efeitos agudos de exergames e sessões de educação física sobre o controle inibitório em crianças com TEA. Nove meninos com TEA (8,67 ± 0,5 anos; 35,66 ± 4,80 kg; 1,38 ± 3,86 m; 17,89 ± 1,58 kg/m2; 78% coordenação motora regular; 56% com inteligência acima da média ou superior) participaram deste estudo após o termo de consentimento assinado pelos pais. Primeiramente, as crianças realizaram avaliações antropométricas e teste de coordenação motora (KTK), teste de Raven e familiarização com a tarefa cognitiva. Em seguida, foram realizadas duas sessões com a duração de 20 minutos, por ordem aleatória: 1) exergames (EX) (123,82 ± 3,87 bpm); 2) educação física (EF) (144,29 ± 5,77 bpm). Pôsteriormente, para avaliar o controle inibitório, até 15 minutos de recuperação, todos os participantes completaram uma versão modificada da Eriksen Flanker Task. As crianças tinham de atender ao estímulo-alvo central no meio de quatro estímulos flanqueadores idênticos que eram congruentes (i.c., peixes dourados virados para a mesma direção) ou incongruentes (i.e., peixes dourados virados para a direção oposta), num total de 108 tentativas propostas. Relativamente ao desempenho no tempo de reação (TR), congruente e incongruente (ANOVA-RM) não houve diferença entre sessões p= 0,07. Para a acurácia incongruente (ACC) (teste de Friedman), a EF apresentou melhores resultados (38,00 ± 3,94) que o EX (35,78 ± 5,66) p <0,01. Com isso, 20 min de sessão de EF foi eficaz, em comparação com a sessão de EX, na melhoria do controle inibitório em crianças com TEA. Estes resultados podem sugerir que pequenos intervalos de atividade, de intensidade moderada a vigorosas, durante o período escolar, podem beneficiar as capacidades cognitivas das crianças com TEA contribuindo assim para a aprendizagem.