Efeitos agudos em sessões exergames ou educação física escolar favorecem o controle inibitório de crianças com Transtorno do Espectro Autista
Por Juliana Macedo Miranda (Autor), Raiane Maiara dos Santos Pereira (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode afetar as funções executivas. Alguns estudos têm demonstrado que o exercício físico agudo pode melhorar a cognição em crianças neuroatípicas. Com isso, o objetivo da pesquisa foi o de verificar os efeitos agudos de exergames e sessões de educação física sobre o controle inibitório em crianças com TEA. Nove meninos com TEA (8,67 ± 0,5 anos; 35,66 ± 4,80 kg; 1,38 ± 3,86 m; 17,89 ± 1,58 kg/m2; 78% coordenação motora regular; 56% com inteligência acima da média ou superior) participaram deste estudo após o termo de consentimento assinado pelos pais. Primeiramente, as crianças realizaram avaliações antropométricas e teste de coordenação motora (KTK), teste de Raven e familiarização com a tarefa cognitiva. Em seguida, foram realizadas duas sessões com a duração de 20 minutos, por ordem aleatória: 1) exergames (EX) (123,82 ± 3,87 bpm); 2) educação física (EF) (144,29 ± 5,77 bpm). Pôsteriormente, para avaliar o controle inibitório, até 15 minutos de recuperação, todos os participantes completaram uma versão modificada da Eriksen Flanker Task. As crianças tinham de atender ao estímulo-alvo central no meio de quatro estímulos flanqueadores idênticos que eram congruentes (i.c., peixes dourados virados para a mesma direção) ou incongruentes (i.e., peixes dourados virados para a direção oposta), num total de 108 tentativas propostas. Relativamente ao desempenho no tempo de reação (TR), congruente e incongruente (ANOVA-RM) não houve diferença entre sessões p= 0,07. Para a acurácia incongruente (ACC) (teste de Friedman), a EF apresentou melhores resultados (38,00 ± 3,94) que o EX (35,78 ± 5,66) p <0,01. Com isso, 20 min de sessão de EF foi eficaz, em comparação com a sessão de EX, na melhoria do controle inibitório em crianças com TEA. Estes resultados podem sugerir que pequenos intervalos de atividade, de intensidade moderada a vigorosas, durante o período escolar, podem beneficiar as capacidades cognitivas das crianças com TEA contribuindo assim para a aprendizagem.