Resumo
O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da execução prévia de exercício físico e cognitivo sobre os componentes central e periférico da fadiga neuromuscular durante um teste contrarrelógio de 4 km de ciclismo. Para tanto, oito ciclistas treinados (n = 8) participaram de três diferentes estudos. No estudo 1, os atletas realizaram o teste contrarrelógio após assistir documentário (CON) ou após tarefa cognitiva (TC). No estudo 2, o teste de 4 km de ciclismo foi realizado após 100 drop jumps (DJ), 48 horas após 100 drop jumps (48h-DJ) e sem a realização prévia de exercício (CON). No estudo 3, o teste contrarrelógio foi realizado após fadiga prévia de membros superiores (FB) e inferiores (FP) e sem fadiga prévia (CON). Em todos os estudos, parâmetros de fadiga central e periférica foram avaliados por meio da técnica de estimulação elétrica no nervo femoral em repouso, pré e pós 4km de ciclismo. Estudo 1: O desempenho foi similar (P> 0,05) entre CON (376 ± 26,9 s) e TC (376,3 ± 26 s). Do mesmo modo, não encontramos diferenças significativas (P> 0,05) para parâmetros de fadiga central e periférica entre CON e TC. Estudo 2. O desempenho foi significativamente (P< 0,05) prejudicado em DJ (-2,3%) e houve uma tendência em 48h-DJ (-1,8%). A redução no desempenho em 48h-DJ foi devido à menor potência na parte inicial da prova (P< 0,05). Em DJ a piora no desempenho foi em decorrência de menor potência (P< 0,05) na parte inicial e final da prova. Houve uma exacerbada (P< 0,05) fadiga periférica após o contrarrelógio em DJ (1Hzpot= -44,7%) comparado com CON (1Hzpot= -20,1%). Além disso, significante fadiga de baixa frequência foi observada em DJ comparado com CON. Por outro lado, parâmetros de fadiga central e periférica apresentaram valores similares entre CON e 48h-DJ (P> 0,05). No entanto, foi encontrado aumento significativo (P< 0,05) na dor muscular tardia em 48hDJ comparado com CON e DJ. Estudo 3: O desempenho foi reduzido em FP (-2,3%) e FB (-1,5%) quando comparado com CON. O menor desempenho nas condições FP e FB foi acompanhado por redução na potência (P< 0,05) na parte inicial (condição FP) e na parte final (condições FP e FB) a prova. Ao final dos 4 km de ciclismo, os participantes apresentaram menor (P< 0,05) fadiga periférica em FB (1Hzpot= -11,9%) comparado com CON (1Hzpot= -20,1%). Em FP, houve maior fadiga periférica em comparação a condição CON e FB. Em conclusão, os resultados destes estudos sugerem que apenas a execução prévia de exercício envolvendo a musculatura utilizada no ciclismo promove alterações nos componentes periféricos da fadiga neuromuscular após 4 km de ciclismo.