Resumo

Introdução: O efeito da idade relativa (EIR) vem sendo investigado na literatura cientifica abrangendo diversos esportes e níveis de desempenho. Entretanto, a análise do EIR e suas implicações têm sido limitadas no contexto do atletismo brasileiro. Objetivo: Analisar o EIR no atletismo brasileiro nos diferentes tipos de provas do sexo masculino e feminino. Métodos: A data de nascimento de 12.495 atletas (masculino n= 6345; feminino n=6170) com as melhores marcas nas competições nacionais no ano de 2019 foram avaliadas. Após uma análise e remoção de dados duplicados foram incluídos no estudo n=4035 atletas (masculino n=2259; feminino n=1776) de acordo com categorias e respectivas faixas etárias, sub-16 (masculino n=433; feminino n=400), sub-18 (masculino n=664; feminino n=526), sub-20 (masculino n=458; feminino n=343), sub 23 (masculino n=312; feminino n=228) e adulto (masculino n=412; feminino n=279). As datas de nascimento dos atletas foram classificadas em quatro trimestres. Q1 (janeiro-março),Q2 (abril-junho),Q3 (julho-setembro) e Q4 (outubro-dezembro). Além disso, foram realizados grupamentos por tipos de provas: velocidade/barreiras, saltos, meio-fundo, fundo e lançamentos/arremessos. As diferenças entre os quartis para o efeito da idade relativa foram baseadas no qui-quadrado para uma distribuição igualitária presumida. A diferença estatística foi considerada quando o p<0.05. Resultados: foram vistas distribuições desiguais de data de nascimento em atletas masculino nas categorias sub-16, sub-18, sub-20 e Sênior. Sub-16 distribuições assimétricas foram encontradas em provas de sprints / barreiras (p <0,001; (..) = 0,35), saltos (p <0,03; (..) = 0,24) e arremessos (p <0,01; co = O , 34). No sub-18, em provas de sprints / barreiras (p <0,02; (.0 = 0,2). Sub-20, provas de sprints / barreiras (p <0,01; oó = 0,28). Sênior, em provas de arremesso (p <0,03; co = 0,31). Foi visto que atletas nascidos no Q4 foram sub-representados (p <0,007). Em atletas femininas foram vistas distribuições esperadas para as categorias e tipos de provas 16, U-18, U-20 e U-23 (p> 0,14). Sênior em provas de arremessos (p <0,02; úa = 0,46), mas não para os demais tipos de provas. Conclusão: Os achados do presente estudo indicam que a ocorrência EIR no atletismo brasileiro, cuja ocorrência e magnitude do efeito parecem ser moduladas pelo sexo mas nao pelo tipo de prova. O efeito foi evidente em todas as provas apenas para o sexo masculino. 

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