Efeitos de uma intervenção multidisciplinar sob a mudança de comportamento de adolescentes com excesso de peso ou obesidade
Por Clara Camille Sanabria Miranda (Autor), Déborah Cristina de Souza Marques (Autor), Willian Costa Ferreira (Autor), Marilene Ghiraldi de Souza Marques (Autor), Braulio Henrique Magnani Branco (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A literatura sugere que a abordagem multiprofissional pode ser efetiva para o tratamento da obesidade e comorbidades associadas. Entretanto, para que sejam observadas diferenças positivas para o tratamento da obesidade torna-se substancial uma mudança de comportamento frente à alimentação. OBJETIVO: Investigar os efeitos de uma intervenção multiprofissional para o combate à obesidade sob a mudança de comportamento de adolescentes com excesso de peso. MÉTODOS: Realizou-se um estudo experimental com 12 semanas de duração. Para tanto, foram recrutados para intervenção 26 adolescentes (13,8 ± 2,4 anos), de ambos os sexos, com índice de massa corporal (IMC) de 31,8 ± 8,5 kg/m². As intervenções multidisciplinares para tratamento da obesidade foram realizadas com a participação de nutricionistas (1x/semana), psicólogos (1x/semana) e profissionais de educação física (2x/semana). Para avaliação do Estágio de Prontidão para Mudança de comportamento (EPMC) foi aplicado o questionário Stage of Change (SOC), validado para adolescentes, a fim de identificar o nível que os adolescentes se encontravam. O instrumento é composto por 38 afirmações distribuídas em quatro domínios: tamanho e quantidade das porções (9 afirmações); quantidade de gordura na dieta (11 afirmações); consumo de frutas e vegetais (9 afirmações) e prática de atividade física (9 afirmações). As respostas para cada afirmação foram classificadas em uma escala Likert de 1 a 5, sendo 1 a pré-contemplação, 2 a contemplação, 3 a preparação, 4 a ação e 5 a manutenção, com subsequente cálculo do escore médio e desvio padrão das respectivas questões. O momento pré e pós-intervenção foi comparado via teste t pareado, assumindo um nível de significância de 5%. RESULTADOS: Foram observadas diferenças significativas para o domínio do tamanho e quantidade das porções (2,0 ± 0,9; pós = 3,0 ± 0,8; p = 0,009) e consumo de frutas e vegetais (2,0 ± 1,0; pós = 3,0 ± 1,0, p = 0,04). No entanto, não foram observadas diferenças significativas para a quantidade de gordura na dieta e prática de atividade física entre o momento pré e pós-intervenção (p > 0,05). CONCLUSÃO: 12 semanas de intervenção multidisciplinar promoveram mudanças positivas no EPMC de adolescentes com excesso de peso. Políticas públicas que visem discutir a alimentação saudável para crianças e adolescentes são relevantes para mitigar as consequências da obesidade na adolescência.