Resumo

Referência: SANTOS, Patrick. Testosterona, LH, estradiol, IGF-1 e SHBG de atletas master: relação com o desempenho físico em seus respectivos eventos. Dissertação de mestrado (Educação Física) – Universidade Católica de Brasília. Brasília – DF, 2021. O número de pessoas acima de 35 anos que participam de eventos esportivos competitivos, incluindo idosos, tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Estes indivíduos são conhecidos como Atletas Master (AM). Assim, com o aumento no número de AM participando de eventos de alto nível nas categorias de 35 a 110 anos de idade, trazem à tona algumas questões, como por exemplo: como esses atletas conseguem evoluir o desempenho atlético passando pelo processo de envelhecimento? A resposta a essa pergunta é interessante não apenas para o desempenho em si, mas também para entender o poder do treinamento físico/esportivo ao longo da vida. Sendo assim, dentre os diferentes aspectos envolvidos no desempenho humano (principalmente atlético), a função endócrina se destaca. Observando a literatura encontramos estudos que avaliaram o perfil hormonal de atletas master, entretanto, nenhum estudo ainda investigou os principais hormônios masculinos em diferentes modelos de treinamento (atletas de velocidade e longas distâncias). Sabendo, que as vias metabólicas e os estímulos durante o treinamento são bem diferentes entre esses dos modelos de treinamento, o que pode refletir em adaptações diferentes no perfil hormonal. A partir disso, o presente trabalho teve como objetivo investigar e comparar os níveis dos hormônios luteinizante (LH), testosterona (T), estradiol (ES), assim como das proteínas globulina ligadora de hormônio sexual (SHBG) e fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) em atletas master de velocidade (AMV) e atletas master de longas distâncias (AMD) e a relação desses hormônios e proteínas, composição corporal e com o desempenho atlético (% em relação ao recorde mundial atual). Os participantes eram todos homens: (i) 34 AMV (51,0 ± 6,8 anos; com especialização em provas de 60, 100, 200 e 400 m110 e 400 m com barreiras); (ii) 32 AMD (51,7 ± 9,4 anos; especializados em provas de 10.000 m, meia-maratona e maratona) e (iii) 23 CMI (47,29 ± 8,04 anos) Análises hormonais, tendência de desempenho, perfil lipidico e gordura corporal foram comparados com ANOVA one way e teste t de Student para amostras independentes. O grupo AM apresentou menor gordura corporal quando comparado ao grupo CMI (p < 0,001), além disso, o grupo AMV apresentou uma tendência de ter uma menor gordura corporal do que os atletas AMD (AMV 12,54 ± 4,07 vs. AMD 14,60 ± 4,12; p = 0,078; d = 0,503). O grupo AMV teve um IGF-1 significativamente maior (p = 0,011) (154,78 ± 29,85 ng/mL) quando comparado ao AMD (129,92 ± 25,48 ng/mL) e ao grupo CMI (130,67 ± 16,56 ng/mL). Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os atletas para LH (AMV 3,93 ± 1,33 mUI/mL vs. AMD 3,24 ± 1,24 mUI/mL; p = 0,069; d = 0,533), T (AMV 644,45 ± 176,71 ng/dL vs. AMD 717,22 ± 156,38 ng/dL; p = 0,127; d = 0,436) e ES (AMV 32,06 ± 5,08 pg/mL vs. AMD 36,80 ± 10,70 pg/mL; p = 0,067; d = 0,533). O desempenho foi significativamente correlacionado com IGF-1 (r = 0,424). Em conclusão, o grupo de AMV têm um menor percentual de gordura corporal e um nível de IGF-1 mais alto em comparação aos atletas de AMD. Além disso, o IGF-1 mais alto está associado a um melhor desempenho atlético para atletas master. No entanto, LH, T, ES e SHBG foram semelhantes nos dois grupos de atletas e foram comparáveis aos valores de referência de adultos jovens.

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