Efeitos do Hiit Vs Sit Sobre os Níveis de Ansiedade, Sintomas Depressivos e Massa Corporal de Jovens Adultas Saudáveis
Por Luan de Sousa Galvão (Autor), Ricardo Borges Viana (Autor), Paulo Gentil (Autor), João Pedro Araújo Naves (Autor), Douglas de Assis Teles Santos (Autor), Marco Aurélio Oliveira Braga (Autor), Ana Cristina Silva Rebelo (Autor), Claudio Andre Barbosa de Lira (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) e Treinamento de Sprints Intervalados (SIT) ganharam notoriedade por induzir melhorias no sistema cardiovascular e na performance igual ou maior que aquelas decorrentes do treinamento contínuo de moderada intensidade. Entretanto, os efeitos desses protocolos sobre os transtornos de humor são pouco conhecidos. Objetivo: Comparar os efeitos de um protocolo de HIIT e SIT sobre os níveis de ansiedade, sintomas depressivos e massa corporal (MC) de jovens adultas. Métodos: 36 jovens adultas (30,0±6,6 anos; 1,65±0,05 m, 65,5±8,4 kg, 24,15±2,97 kg/m2, FCmax: 180±11 bpm; O2max: 36,2±7,4 mL/kg/min) foram randomizadas para o grupo HIIT (n=18) ou SIT (n=18). Todas as participantes realizaram 24 sessões de treino durante 8 semanas (segunda, quarta e sexta-feira) em cicloergômetro. As sessões do grupo SIT consistiam em um aquecimento de 5min com carga e cadência auto-selecionadas, seguido de 4 esforços máximos de 30seg intercalados com 4min de recuperação (passivo ou carga leve). A carga foi ajustada para a participante manter uma cadência ≥ 60rpm. As sessões do grupo HIIT consistiam de um aquecimento de 5min a 50% da FCmax das participantes, seguido de 4 esforços de 4min a 90-95% da FCmax, intercalados com 3min de recuperação ativa a 50-60% da FCmax. A carga era ajustada somente quando a frequência cardíaca (FC) saísse da zona alvo. Durante a recuperação, a cadência era livre e a carga reduzia para a menor possível. Os níveis de ansiedade e sintomas depressivos foram avaliados através do State–Trait Anxiety Inventory e Depression Inventory, respectivamente, no baseline, 5ª e 8ª semana. Teste Shapiro-Wilk foi utilizado para testar a normalidade dos dados. O teste de Friedman com post hoc de Dunns foi utilizado para comparar os valores das variáveis no baseline, 5ª e 8ª semana. O r de Pearson e de Spearman foi utilizado para correlacionar as variáveis com distribuição normal e não-normal, respectivamente. Todas as análises foram realizadas no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0. Adotou-se p<0,05. Resultados: HIIT e SIT não reduziram os níveis de ansiedade estado-traço e não diferiram entre o baseline, 5ª e 8ª semana das participantes (p>0,05). Apenas o SIT reduziu os sintomas depressivos das participantes em 8 semanas (p<0,05). Contudo, os sintomas depressivos entre as participantes dos grupos HIIT e SIT não diferiram no baseline (p=0,355), 5ª (p=0,888) ou 8ª semana (p=0,501). Não houve diferença dos sintomas depressivos entre os grupos na 5ª (p=0,132) e 8ª semana (p=0,091). A MC reduziu 0,63% (63,5±7,9 vs 63,1±7,4, p=0,178) no grupo HIIT e 1,77% (67,5±8,7 vs 66,3±8,5, p=0,003) no grupo SIT. O índice de massa corporal (IMC) reduziu 0,56% (23,36±2,51 vs 23,23±2,39, p=0,176) no grupo HIIT e 1,93% (24,93±3,25 vs 24,45±3,14, p=0,004) no grupo SIT. Houve uma alta correlação positiva entre o percentual de mudança da MC e do IMC com o percentual de mudança dos valores dos sintomas depressivos (r=0,77, p<0,001) no grupo SIT. Conclusões: Após oitos semanas das intervenções com HIIT e SIT, apenas o SIT reduziu significativamente os sintomas depressivos e a massa corporal de jovens adultas saudáveis.