Resumo

As epicondilalgias medial e lateral são as causas mais frequentes de sintomas dolorosos nos membros superiores. Observa-se um aumento no número de publicações sobre os efeitos do treino da musculatura escapular no manejo clínico das epicondilalgias, porém desconhecemos uma revisão sistemática que avalie os efeitos do treinamento resistido nos músculos escapulares nessa condição. Objetivo: revisar sistematicamente os efeitos do treinamento resistido nos músculos escapulares nas epicondilalgias. Metodologia: foi realizada uma busca científica (SciELO, PubMed, LILASCS, PEDro) de estudos clínicos controlados sobre os efeitos do treinamento resistido nos músculos escapulares nas epicondilalgias publicados até maio 2021. A escala de PEDro foi aplicada para avaliação da qualidade metodológica. Resultados: foram encontrados 266 artigos e 3 foram incluídos na revisão sistemática. Os estudos inclusos enfatizaram o treinamento dos músculos trapézio médio, trapézio inferior e serrátil anterior associados a reabilitação convencional. Através da análise individual dos estudos observa-se efeitos positivos do treino escapular na dor, na função (Patient Rated Tennis Elbow Evaluation Questionnaire – PRTEE) e na força de preensão manual em indivíduos com epicondilalgias lateral. A metanálise revela que adicionar exercícios escapulares a fisioterapia convencional reduz a dor (EVA 0-10) em 1.23 (95% IC, 2,00-0,47, p=0,002, I2=47%, p para heterogeidade = 0.17) e aumenta a função (PRTEE 0-100) em 5.47 (95% IC, 10,00-0,93, p=0,02, I2=0%, p para heterogeidade = 0.84) na epicondilalgias lateral. A média de pontuação da escala PEDro foi de 6,33/10. Conclusão: o treinamento resistido dos músculos escapulares associados a reabilitação reduzem dor e aumentam função em indivíduos com epicondilalgia lateral. Sugere-se a realização de mais estudos com melhor qualidade metodológica para avaliar a importância do fortalecimento dos músculos escapulares em indivíduos com epicondilalgias.

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