Resumo

O treinamento de força (TF) é um grande aliado para o desenvolvimento de capacidades físicas essenciais para jovens jogadores de futebol, como a força, potência, velocidade e agilidade. Com isso, distintas intervenções de TF ganham destaque. Dentre elas, o treinamento de força com restrição de fluxo sanguíneo (TFRFS) surge como importante alternativa para desenvolvimento de capacidades físicas fundamentais. O TFRFS baseia-se em treinamento de baixa intensidade associado a restrição parcial do fluxo sanguíneo. Assim, essa dissertação, que teve por objetivo verificar os efeitos entre programas de treino de força tradicional e com restrição de fluxo sanguíneo sobre a capacidade atlética, composição corporal e respostas metabólicas em atletas de futebol da categoria sub 20, foi composta por três estudos independentes que compararam os resultados de dois grupos submetidos a Treinamento Tradicional (GTT; n = 9) ou Treinamento associado a Restrição de Fluxo Sanguíneo (GRF; n = 9). Os estudos 1 e 2 foram longitudinais (quatro semanas de intervenção), e o estudo 3 de efeito agudo (uma única sessão de treino). O GRF realizou 4 séries de 15 repetições a 30% de 1RM e 80% de restrição de fluxo sanguíneo, ao passo que o GTT foi submetido a 6 séries de 10 repetições a 80% de 1RM, ambos no exercício agachamento. O teste não paramétrico de Frideman avaliou as diferenças entre os momentos pré e pós intervenção intra e intergrupos. No estudo 1, foram avaliados os níveis de força máxima (teste de 1RM), potência (salto contramovimento), aceleração e velocidade (corridas de 10 e 30 m, respectivamente), e agilidade (zig-zag test). Não houve diferença entre os grupos no desempenho das capacidades atléticas, exceto quanto à agilidade, favorável ao GRF (p<0,05). Todos os testes apresentaram melhora de desempenho pós-intervenção (p<0,05), exceto a agilidade no GTT (p>0,05) e a aceleração (p>0,05 para ambos os grupos). No estudo 2, a composição corporal dos atletas, avaliada por bioimpedância, foi estratificada em massa corporal total, percentual de gordura, massa adiposa total, massa livre de gordura e massa muscular. Não houve diferença em qualquer variável da composição corporal (p>0,05 para todas), independentemente do método de treinamento. No estudo 3 foi identificada a magnitude da solicitação metabólica em uma sessão de treino de cada método, pela resposta do lactato sanguíneo. Houve aumento expressivo das concentrações de lactato do momento pré para o momento pós sessão de treino (p<0,05), contudo, sem distinção entre os grupos (p>0,05). Com isso, conclui-se que o treino de força com restrição de fluxo sanguíneo é eficaz para melhorar as capacidades atléticas, mas não para a aceleração ou a composição corporal de jogadores de futebol sub-20 após apenas quatro semanas de intervenção. Além disso, as respostas do lactato sanguíneo pós-treino indicam que as solicitações metabólicas observadas nos dois métodos são equivalentes.

Acessar Arquivo