Resumo

Esta pesquisa partiu de uma constatação que contrapõe as raras e esparsas enunciações sobre as relações entre homofobia e esporte na produção acadêmica brasileira no campo da Educação Física e a explosão discursiva presente nos meios de comunicação virtual e impressa, da qual se apreende indícios homofóbicos no âmbito do fenômeno esportivo, hegemônico no presente. Diante desta lacuna acadêmica e vociferação midiática, este trabalho buscou identificar as enunciações da relação entre homofobia e esporte em três publicações periódicas específicas, versadas em conteúdos relacionados às sexualidades e voltadas ao público por vezes nomeado homossexual, mas também dito de lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais, ou de travecas, bichas, sapatonas: o jornal "O Lampião da Esquina", publicado entre abril de 1978 e julho de 1981, e as revistas "SuiGeneris" desde sua primeira edição, de janeiro de 1995 ao último número, de março de 2000 e "Bananaloca/G Magazine" , desde a primeira publicação, de abril de 1997, à edição de setembro de 2007. A partir de tais fontes, esta pesquisa procurou relacionar e problematizar as enunciações homofóbicas recolhidas com reflexões de autores que compreendem os mecanismos da relação homofobia e esporte como reforçadores ou confrontadores de uma ordem sexual simbólica hegemonicamente heterossexual, masculina e viril. Recuperou-se narrativas de exclusões, agressões e negações de desejos, práticas e sujeitos, assim como experiências de enfrentamento marcadas pelas dinâmicas do "assumir-se" e da organização de equipes, federações, campeonatos ou torcidas, que provocaram deslocamentos e reinserções nas trajetórias históricas das sexualidades, gêneros e corpos em meio às manifestações esportivas 

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