Resumo

O presente estudo tem como objetivo identificar a percepção dos treinadores brasileiros de futebol que atuaram nos EUA, no ano de 2018, utilizando a Escala Multidimensional de Liderança (EMLD-3), proposta inicialmente por Gomes (2005), e revalidada por Gomes e Resende (2014). Essa escala avalia, pela visão dos próprios treinadores, o comportamento atual, ou seja, aquele que é o assumido pelo treinador no dia a dia dos treinos e competições, e o comportamento preferido, que é aquele onde os treinadores gostariam de possuir, mas que não o exercem, de acordo com a proposta transformacional, transacional e de tomada de decisão. Para entender melhor do que trata a EMLD, realizamos uma revisão de literatura sobre o estudo da liderança, haja vista que foi a precursora aos estudos sobre a liderança esportiva. Iniciamos o estudo com as abordagens iniciais dos estudos da liderança, os traços de personalidade, a abordagem comportamental, situacional e a carismática e transacional / transformacional. Entramos efetivamente nos modelos que orientaram a criação da EMLD, como o Modelo Multidimensional de Chelladurai e sua Escala de Liderança para o Esporte (LSS), o Modelo Mediacional para Jovens de Smith e Smoll e seu Sistema de Avaliação dos Comportamentos do Treinador (CBAS) e o modelo das ações do treinador de Côté e sua Escala dos Comportamentos do Treinador no Esporte (CBS-S) até atingirmos a EMLD propriamente dita. Foram utilizados neste estudo 26 treinadores, sendo 76,9% do sexo masculino e 23,1% do sexo feminino, com idades compreendidas entre 21 e 33 anos. Todos os participantes responderam aos dois questionários referentes a EMLD-3, que retratam o comportamento atual e comportamento preferido. Foram contactados 150 treinadores, mas com uma taxa de retorno baixa (17,33%), o que limita as conclusões do estudo. Utilizamos na análise dos resultados o Teste de Wilcoxon (WILCOXON, 1992) para dados pareados, com análise de regressão de modelos lineares. Em virtude do número amostral, este trabalho indica que os treinadores não se observam como profissionais inspiradores, assim como evidencia a necessidade de se avaliar o contexto destes treinadores mais no aspecto pedagógico, do que propriamente no técnico-tático

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