Resumo

Introdução: A proliferação de ONGs, a partir do processo de redemocratização do Brasil, evidencia o papel da sociedade civil na promoção de direitos sociais, entre eles, o esporte. Projetos sociais enfatizam o potencial educativo-formativo da prática esportiva, notadamente para crianças e adolescentes, e este estudo tem o interesse em acessar a compreensão que essas pessoas constroem sobre suas experiências. O pensamento complexo que prevê uma educação aberta, conecta os saberes e recoloca o sujeito no processo educativo embasa teoricamente o estudo. Objetivo: Conhecer o que adolescentes têm a dizer sobre os projetos e caracterizar a prática esportiva que acontece nesses locais. Metodologia: De abordagem qualitativa, compreende a realização de 23 entrevistas abertas (13 meninos e 10 meninas, entre 13 e 18 anos), que participam de ONGs na grande São Paulo, após as assinaturas dos TALE e TCLE. A análise pauta-se na produção de inferências embasadas na teoria. Resultados: A forma como são vivenciadas as relações humanas favorece o reconhecimento da recursividade dos processos de interação, em que aquele que produz é influenciado pelo que produziu, continuamente. Aspectos como acolhimento, afeto, ajuda, proximidade, cuidado, incentivo à comunicação, ao diálogo e à participação nas atividades são destacados como relevantes nas inter-relações entre educadores/as-educandos/as. A característica significativa da prática esportiva revela-se no prazer de jogar e na forma em que o jogo é conduzido pedagogicamente. Inclusão e participação equânime, decisões coletivas sobre regras e valores, e outros objetivos além da vitória são percebidos pelos adolescentes. Conclusões: A educação e formação humana nessas ONGs se funda na qualidade das relações com educadores/as e das experiências esportivas. É preciso compreender esses sujeitos enquanto unidade entrelaçada a uma totalidade, pessoas com suas individualidades, mas não isoladas do todo o qual fazem parte

Acessar