Resumo

Esse estudo trata da temática Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório (ECSO) no Curso de Licenciatura em Educação Física (LEF) da Universidade de Pernambuco (UPE). Inicia-se com um questionamento: o aumento de carga horária do ECSO acarreta uma maior qualidade desses estágios no curso de Licenciatura em EF da ESEF-UPE? Como objetivo geral do trabalho apresentamos analisar a estrutura dos ECSO no curso de Licenciatura em EF da ESEF- UPE, procurando compreender se o aumento de carga horária dos últimos tempos tem qualificado esse momento de formação inicial. Metodologicamente, é um estudo de abordagem qualitativa de caráter descritivo. Como percurso inicial foi realizada uma revisão de literatura das categorias analíticas formação docente/formação profissional e estágio, para a análise documental as fontes da pesquisa foram a legislação vigente acerca da temática estágio, além dos documentos que nortearam a organização e a avaliação das disciplinas de estágio na ESEF, o plano da disciplina de estágio 2 em 2018.1, os relatórios dos estagiários entrevistados, o Regulamento do ECSO e o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) do curso de Licenciatura da ESEF-UPE e para a pesquisa de campo foram inicialmente aplicados questionários com os acadêmicos que cursaram a disciplina de Prática de Ensino – Estágio Supervisionado 2 em 2018.1, após a aplicação do questionário foram selecionados quatro estagiários, seus respectivos supervisores e a professora de sala para realização de entrevistas. Os dados foram tratados a partir da análise de conteúdo categorial por temática. As categorias empíricas foram organização dos estágios, estágio de observação 1, estágio de intervenção 2 e 3, supervisão, relação com o currículo PPC da ESEF e carga horária. A análise dos dados, permitiu inferir que o estágio de observação é considerado um estágio menos importante do que o de intervenção, porém imprescindível, no entanto sua carga horária pode ser considerada para a maioria dos sujeitos como grande e como sugestão indicamos que sua realização possa se dar em forma de rodízio em várias escolas para que a grande queixa da monotonia de olhar o mesmo ambiente, turmas e professor possa ser minimizada. Em relação aos estágios 2 e 3 de intervenção, estes são considerados estágios importantes na formação docente, porém os sujeitos ainda possuem a ideia de que o conhecimento da Universidade é teórico e que o estágio é o momento prático do curso, os supervisores foram considerados presenças essenciais nos estágios, mas muitas vezes ainda são vistos como apenas um modelo a seguir e também apresentam essa visão dicotômica do estágio. Em relação ao currículo da ESEF os sujeitos colocam algumas disciplinas como essenciais para a realização dos estágios e outras que poderiam ser incluídas. Em relação a carga horária dos estágios a maioria dos sujeitos apresenta sua visão de que o aumento de carga horária não qualifica os estágios, que outros fatores podem contribuir para essa prática como a presença de um supervisor qualificado, atuante e comprometido, uma escola que valorizasse a EF e que apresentasse uma boa estrutura física e de material e ainda um professor de sala comprometido com a ampliação de alguns conteúdos da graduação identificados como lacunas na formação. Sendo assim, aponta-se como uma forma de superação a aproximação entre as instituições Universidade e Escola de forma que reconheçam que ambas são instituições formadoras e ainda modificar a visão fragmentada de que na Universidade se estuda a teoria e no estágio se aplica a teoria.

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