Estimativa do Gasto Energético de Nadadores no Estilo Específico: Estudo Piloto
Por N. X. Ribeiro (Autor), E. Z. Campos (Autor), Ronaldo Bucken Gobbi (Autor), T. B. Arruda (Autor), D. F. Nogueira (Autor), P. A. B. Fernandes (Autor), N. Conte (Autor), Marcelo Papoti (Autor).
Resumo
O gasto energético (È) é comumente utilizado para mensurar a quantidade de energia gasta por um individuo para realizar uma tarefa e é dependente dos metabolismos aeróbio e anaeróbio. Devido à limitação técnica da utilização do snórquel durante o nado no estilo específico, a técnica de retro extrapolação é interessante para calcular o gasto energético, contudo nenhum estudo calculou o È de nadadores em seu estilo específico. Assim, o objetivo do presente estudo foi estimar o gasto energético de nadadores em esforço máximo de 100 metros no estilo especifico. Participaram do estudo doze atletas (sete homens e cinco mulheres) (16,73 ± 4,52 anos; 62,53 ± 11,74 kg). Os atletas foram submetidos a um esforço máximo de 100m no estilo especifico (cinco costas, quatro crawls, dois peitos e um borboleta). O consumo de oxigênio (VO2) foi mensurado imediatamente após a chegada (~ 2 segundos) do atleta. O mesmo permaneceu respirando na máscara por cinco minutos. Coletas sanguíneas foram realizadas antes e após o esforço máximo para determinação do gasto anaeróbio lático (ÈLa). A diferença entre o VO2 pico e de repouso multiplicado pelo tempo de nado foi utilizado para cálculo do gasto aeróbio (ÈAer), enquanto a fase rápida da recuperação do VO2 foi utilizada para o gasto anaeróbio alático (ÈAla). A média de todos os estilos na ÈLa, ÈAla e ÈAer foi de 2,49 ± 1,13 L, 1,38 ± 0,92 L e 3,38 ± 0,9 L, respectivamente. O gasto energético absoluto (L) e relativo (%) de cada estilo foi: Crawl - ÈAla, 1,84 ± 1,15 L (26,15%); ÈLa, 1,97 ± 0,45 L (28,10%) e ÈAer, 3,21 ± 0,78 L (45,75%); Costas - ÈAla, 0,95 ± 0,44 L (15,03%); ÈLa, 2,36 ± 0,66 L (37,55%) e ÈAer 2,98 ± 0,49 L (47,42%); Peito - ÈAla, 1,91 ± 1,31 L (19,54%); ÈLa, 3,15 ± 2,77 L (32,23%) e ÈAer, 4,71 ± 1,28 L 48,23%; Borboleta - ÈAla, 0,68 L (8,50%); ÈLa, 3,94 L (49,16%) e ÈAer, 3,39 L (42,34%). Apesar de o metabolismo anaeróbio total ser maior em todos os estilos, é interessante observar que mesmo em curtas distâncias, o metabolismo aeróbio é altamente solicitado, justificando o treinamento para melhora dessa variável na natação, independente do estilo. Foi possível verificar variações na ÈLa e ÈAla nos diferentes estilos, sendo necessários outros estudos com amostras maiores para investigar essa tendência. As contribuições metabólicas de cada estilo podem ser utilizadas para prescrever o treinamento do atleta de acordo com as participações metabólicas, visando otimização dos resultados.