Estratégias de gestão do esporte dos comitês olímpicos nacionais
Por Paula Velloso Breviglieri (Autor), Ary José Rocco Junior (Autor).
Resumo
No âmbito do esporte de alto rendimento, o sucesso não é apenas uma questão de talento puro e aptidão física. Ele é, também, o produto de um planejamento meticuloso, de estratégias bem elaboradas e da capacidade de executá-las perfeitamente sob imensa pressão. Sotiriadou & De Bosscher (2017), destacam que o esporte de alto rendimento funciona em um ambiente de ritmo acelerado e altamente dinâmico, no qual estratégias bem projetadas e implementadas e políticas esportivas bem consideradas contribuem para o desempenho de longo prazo. Nos últimos anos, alcançar o sucesso esportivo internacional e, especialmente, olímpico tornou-se cada vez mais importante para um número crescente de países. A competição no esporte internacional está aumentando e mais nações estão adotando abordagens estratégicas para desenvolver atletas de nível mundial (De Bosscher, Shibli, Van Bottenburg, De Knop, & Truyens, 2010). Atualmente, pesquisadores estão empenhados em explicar as razões do sucesso alcançado pelos países no esporte de alto rendimento (Bottenburg, De Bosscher, & Shibli, 2013; Weber, De Bosscher, & Kempf, 2017; De Bosscher, Shibli, & Weber, 2019) e têm buscado desenvolver modelos que ajudem a identificar quais são os fatores que influenciam no sucesso internacional no esporte de alto rendimento (Houlihan & Green, 2007; De Bosscher, Shibli, Westerbeek, & Van Bottenburg, 2015; Reiche, 2017). Ainda que possa ser observado um aumento na quantidade de pesquisas relacionadas às estratégias e ao desempenho esportivo das nações, as pesquisas sobre estratégia especificamente direcionada para o campo da gestão das organizações esportivas tem sido escassa. A necessidade de aplicar princípios de gestão estratégica em organizações esportivas não havia sido identificada até o início dos anos 1990, quando, então, os pesquisadores começaram a considerar a estratégia nesse contexto (Čorak, Živoder, & Marušić, 2014). Visando preencher uma lacuna existente na literatura sobre as estratégias de gestão das organizações esportivas, o foco desta pesquisa está nos órgãos reguladores do esporte conhecidos como Comitês Olímpicos Nacionais (CONs), geralmente caracterizados como organizações sem fins lucrativos com o objetivo principal de, segundo definido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI, 2022),