Resumo
O presente trabalho tem como objetivos analisar as características da curva da velocidade na fase de desaceleração da corrida de 100 metros rasos e identificar as alterações de freqüência e de comprimento do ciclo técnico de passadas - CTP - que influenciam as variações de velocidade durante essa fase da corrida. A pesquisa desenvolveu-se por meio de um modelo de estudo classificado como Estudo de Caso Correlecional. A amostra constituiu-se de 14 velocistas filiados a AAUGF com resultados de teste compreendidos entre 10,92 e 11,96 segundos, com média de 11,42 segundos e desvio padrão de 0,27 , na prova de 100 metros rasos. A instrumentação utilizada, que mede as variáveis do estudo, consta de uma esteira de papel de alumínio, que registra, diretamente, aspectos espaciais da corrida e, indiretamente, aspectos temporais, pela conexão a um bloco registrador gráfico ligado por condutores elétricos aos solados das sapatilhas de corrida dos velocistas. Pela análise de regressão polinomial, é possível desdobrar a fase de desaceleração da corrida em três etapas distintas: de sustentação máxima da velocidade - SMV, dos 42,7 aos 50,0 metros; de decréscimo efetivo da velocidade - DEV, dos 50,0 aos 80,0 metros, e de sustentação submáxima da velocidade - SSV, dos 80,0 aos 100 metros do percurso. A análise de correlação mostra uma relação positiva entre a velocidade e comprimento do CTP, em toda a fase de desaceleração da corrida. Nas etapas de SMV e DEV os coeficientes são significativos ao nível de = 0,01, e na etapa de SSV o coeficiente "r" não é significativo ao nível de = 0,01 . Não há possibilidade de correlacionar velocidade e freqüência do CTP, devido ao ajuste da curva de freqüência não ser significativo ao nível de = 0,05. Conclui-se que o decréscimo na velocidade é uma decorrência da diminuição no comprimento do CTP, e que a sustentação e acréscimo na velocidade nos últimos 20 metros não sofrem influência das variações no comprimento do CTP.