Resumo

O objectivo do presente estudo foi investigar as relações entre o perfil fisiológico, a resposta biomecânica e o rendimento desportivo de corredores de meio-fundo portugueses. Dezoito atletas foram submetidos a um protocolo incremental de 5 patamares de 3 minutos em tapete rolante sem qualquer inclinação. Em cada patamar a velocidade foi constante e os incrementos foram de 1,45 km.h-1. Durante todo o protocolo, o consumo de oxigénio e outros parâmetros bioenergéticos foram avaliados respiração-a-respiração através de oximetria directa. Foram calculadas a potência metabólica (Pmet), o custo energético (C), a velocidade de deslocamento (v), a frequência gestual (FG) e a distância de ciclo (DC). Foi determinado em prova oficial (corrida de 3000 metros) o rendimento desportivo. Verificou-se uma relação positiva e significativa entre a Pmet e a v (R2=0,78; p<0,01). As relações entre o C e a FG ou a DC não foram significativas. A relação entre a v e a FG (R2=0,34; p<0,01) e entre a v e a DC (R2=0,87; p<0,01) foram positivas e significativas. Verificou-se uma relação significativa entre o rendimento e a Pmet a 16 km.h-1 (R2=0,23; p=0,05). Em conclusão, verifica-se uma dependência moderada do rendimento dos meio-fundistas portugueses relativamente ao seu perfil fisiológico e este de forma ténue face à resposta biomecânica.

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