Evolução dos Conceitos e Mecanismos da Percepção de Esforço: Uma Revisão de Literatura
Por Gleber Pereira (Autor), Douglas Martins de Souza (Autor), Felipe Fossati Reichert (Autor), Bruno de Paula Caraça Smirmaul (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 16, n 5, 2014. Da página 1 a 10
Resumo
Os mecanismos e conceitos da percepção de esforço têm mudado ao longo do tempo. Assim, este artigo de revisão de literatura tem por objetivos: i) investigar as revisões de literatura publicadas a partir de 1982, descrevendo os mecanismos causais de geração da percepção de esforço relatados e; ii) verificar se os conceitos da percepção de esforço acompanharam as mudanças que ocorreram acerca dos seus mecanismos causais. Foram realizadas buscas nas bases de dados PubMed, Science Direct e Scielo com os termos “rate perceivedexertionandreview” e “perceivedexertionandreview”. No total, foram incluídos 18 artigos, que tiveram como objetivo principal a percepção geral de esforço em exercício físico. Apesar da antiga existência da teoria do Disparo corolário para explicar os mecanismos causais da percepção de esforço, verifica-se que, após as proposições de Borg, a maior parte da literatura descreve a percepção de esforço através do mecanismo de Feedback aferente, baseada em estudos correlacionais. Apenas em 2009, a teoria original do Disparo corolário reaparece. Quanto aos conceitos, a maioria deles remete ao mecanismo de feedback aferente, utilizando-se de constructos como respostas fisiológicas, estresse, desconforto e dor, que são incongruentes com a teoria do Disparo corolário e apresentam mecanismos distintos aos da percepção de esforço. Portanto, verificou-se que os estudos de Borg influenciaram nos mecanismos e conceitos contemporâneos da percepção de esforço. Com o passar do tempo, houve incorporação de constructos no conceito original de Borg, porém, sempre embasado na teoria do Feedback aferente.