Resumo

O Turismo de Aventura pode ser distinguido não apenas pelas habilidades, emoções, riscos, mas também pela diversidade de atividades e as experiências sociocorporais que ele proporciona. Dentre as modalidades de turismo, o de aventura provavelmente seja o que mais se aproxime de uma relação ideal entre as experiências sociocorporais e a autossatisfação humana, fortalecendo a relação homemsociedade-natureza, pois o turista é o próprio protagonista da atividade (BRASIL, 2010). No caso do Turismo de Aventura em áreas naturais, pode-se dizer que significativa parte do atrativo turístico é o próprio espaço natural, e que se utilizam instrumentos e equipamentos que facilitam a vivência do turista. O lazer, neste sentido, é um ponto de partida para a compreensão das mais variadas relações que se estabelecem, a cada dia, entre os seres humanos, desde que não seja considerado de forma isolada, mas em profunda relação com outras esferas da vida humana (KRIPPENDORF, 2000). Neste sentido, o objetivo deste trabalho é interpretar os discursos utilizados pelos diferentes agentes institucionais, na produção de sentidos a respeito do Turismo de Aventura, como produtor ou reprodutor de modos de pensar e agir sobre essa prática. Sendo essas experiências formas de sentir individual, representadas pelo “vivido” – através das emoções e sensações (FIGUEIREDO, 2008). No Brasil a atividade turística de aventura é organizada por diferentes agentes sociais que produzem e reproduzem discursos “oficiais” que acabam por constituírem-se como referências no modo com que as pessoas se relacionam com essa atividade. Os dados obtidos para a realização deste trabalho foram levantados a partir de um estudo exploratório documental e bibliográfico, visando uma análise dos discursos desses agentes para delineamento da relação das experiências sociocorporais e o Turismo de Aventura. Deste modo, podese compreender que o lazer e as atividades de turismo de aventura englobam a busca do brincar com o risco. O risco está vinculado à aventura e expressa uma probabilidade de que algo inesperado aconteça, mesmo que momentaneamente, podendo acarretar situações positivas e prazerosas (UVINHA, 2011). Schwartz (2002) ressalta que a aventura passa a ser utilizada para a divulgação de mensagens positivas de vida, propondo sensações de autoestima favorável e até de possíveis noções de preservação do espaço. As atividades de turismo de aventura podem se tornar uma importante ferramenta de preservação do espaço de uma localidade, tanto natural quanto das questões socioculturais. O Turismo de Aventura proporciona ao turista protagonizar a própria atividade, vivenciar o espaço e poder interpretá-lo, essas ações fortalecem o vínculo das atividades e do turista com o lugar. Proporciona desenhar no espaço uma rede de descobertas, de modo a revelar a identidade do lugar e ajudar o visitante a captar a sua alma e sua essência (MURTA, 2002).