Explorando as motivações e expectativas do árbitro de futebol amador
Por Bruno Silva (Autor), Henrique de Oliveira Castro (Autor), Filipe Manuel Clemente (Autor), Miguel Camões (Autor), Ricardo Franco Lima (Autor).
Em Journal of Physical Education (Até 2016 Revista da Educação Física - UEM) v. 33, n 1, 2022.
Resumo
O objetivo deste estudo foi compreender as diferenças entre as motivações e experiências masculinas e femininas de ser árbitro de futebol. Foi realizada uma entrevista qualitativa semiestruturada a oitavos árbitros de futebol (4 homens e 4 mulheres) com idades compreendidas entre os 19 e os 27 anos (23,4±3,10). Os participantes arbitraram jogos regionais e nacionais de futebol português. Na análise de conteúdo emergiram duas componentes (Experiências e Motivações) e para cada componente seis e quatro categorias respetivamente. Os resultados demonstraram que as árbitras são percebidas como capazes de realizar as mesmas conquistas que os homens. Nas primeiras fases da carreira de arbitragem, mulheres e homens apresentam motivações semelhantes no que diz respeito ao desenvolvimento de diferentes capacidades (foco; tomada de decisão; liderar com pressão; gestão de conflitos) e a mais importante é a paixão pelo jogo. No entanto, o sexismo ainda é sentido pelas mulheres, que têm de lidar com mais estereótipos e abusos ficológicos dos esportes dominantes pelos homens. Consequentemente surge a sensação de que é preciso trabalhar mais que os homens para atingir seus objetivos.