Resumo

Sabe-se que histórica e culturalmente são estabelecidos papéis que devem ser ocupados e comportamentos que devem ser seguidos por homens e por mulheres no convívio social. Os enquadramentos aos papéis delimitados tendem a ser ensinados e encorajados desde a infância, existindo atividades adequadas para cada sexo (LOURO, 1997; LE BRETON, 2006). No Brasil, por exemplo, o futebol acabou por se constituir como um esporte amplamente caracterizado como masculino e a mulher, consequentemente, esteve afastada da prática regulamentada da modalidade por um longo período de tempo, sendo que seu caminho em tal esporte se caracterizou como irregular e repleto de interdições, regulamentações e proibições (GOELLNER, 2005). Muito em decorrência disso, o futebol também foi historicamente pouco praticado pelas meninas em escolas e espaços de lazer na infância, fazendo com que se perpetuassem as diferenças no número de praticantes e nas oportunidades entre os dois sexos. Tais espaços – escola e de lazer – se constituíram como de manifestação de domínio masculino (SOUZA JÚNIOR; DARIDO, 2002). Apesar disso, sempre existiram meninas que romperam com as fronteiras de gênero, termo que se refere às construções sociais estabelecidas sobre os sexos (SCOTT, 1995), e passaram a interagir com o sexo masculino na prática do futebol.

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