Resumo

A apresentação analisará, a partir das crônicas esportivas de João Saldanha publicadas em períodos próximos às Copas do Mundo, como se dá na visão do jornalista carioca a relação entre o futebol-arte, tipo de representação sobre a prática do jogo, e, outra representação, a identidade nacional brasileira.
O estudo, que não tem caráter conclusivo, apreenderá a questão do futebol-arte inserido na identidade nacional como uma relação, que abarca além da técnica de jogo propriamente dita, o debate e as relações de poder, envolvendo diversos atores - como comissões técnicas de clubes e seleção, jogadores, dirigentes, jornalistas e políticos. Dentre esses atores está Saldanha, elemento que com suas crônicas consegue acesso às massas e trabalha o imaginário futebolístico em defesa de um estilo de jogo que em sua opinião é o único que pode representar a subjetividade do brasileiro e fugir de um sistema mecanizado imposto por um discurso hierarquizante, que tem por objetivo retirar as escolhas do futebol do jogador e do povo. Essa apresentação e o pensamento de Saldanha não coadunam com a existência de um futebol-arte desprovido dos aspectos do futebol-força, mas pensam no primado jogador frente ao esquema tático.

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