Futebol, História, Estado e Sociedade: Uma Análise da Organização da Copa do Mundo de 1950
Por Miguel Archanjo de Freitas Jr (Autor), Alfredo Cesar Antunes (Autor).
Em XIII Congresso Brasileiro de História do Esporte, do Lazer e da Educação Física - CHELEF
Resumo
O objetivo do presente estudo foi analisar o papel atribuído e exercido pelo futebol na
sociedade brasileira durante o processo de expansão do capitalismo internacional, da
tentativa forçada de modernização do país e da busca por uma cultura essencialmente
nacional. Este processo tenso envolveu a intelligentsia local, que com base em um
discurso racionalista de base fundamentalmente marxista menosprezava o futebol, que
era visto como elemento alienante e do outro lado, estavam os literatos esportivos que
também buscavam a modernidade para o país, mas que viam na realização da Copa do
Mundo uma possibilidade de provar para o mundo a capacidade do povo brasileiro. A
partir de uma análise qualitativa do discurso político emitido por instituições como a
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Instituto Superior de
Estudos Brasileiros e do discurso romanceado apresentado pelos literatos do Jornal dos
Sports, constatou-se que as dificuldades presentes no processo de organização do
mundial, somado ao fracasso ocorrido dentro de campo foi descrito como a evidência
de um povo despreparado.