Futebol, história, estado e sociedade: uma análise da organização da copa do mundo de 1950
Por Miguel Archanjo de Freitas Jr (Autor), Alfredo Cesar Antunes (Autor).
Em XVIII Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
O objetivo do presente estudo foi analisar o papel atribuído e exercido pelo futebol na sociedade brasileira durante o processo de expansão do capitalismo internacional, da tentativa forçada de modernização do país e da busca por uma cultura essencialmente nacional. Este processo tenso envolveu a intelligentsia local, que com base em um discurso racionalista de base fundamentalmente marxista menosprezava o futebol, que era visto como elemento alienante e do outro lado, estavam os literatos esportivos que também buscavam a modernidade para o país, mas que viam na realização da Copa do Mundo uma possibilidade de provar para o mundo a capacidade do povo brasileiro. A partir de uma análise qualitativa do discurso político emitido por instituições como a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Instituto Superior de Estudos Brasileiros e do discurso romanceado apresentado pelos literatos do Jornal dos Sports, constatou-se que as dificuldades presentes no processo de organização do mundial, somado ao fracasso ocorrido dentro de campo foi descrito como a evidência de um povo despreparado.