Resumo

No início do século XX, os conceitos de masculinidade e feminilidade foram concebidos a partir do dimorfismo biológico que diferia homens de mulheres, ou seja, ser homem era não ser mulher e vice-versa. A partir da década de 70, entretanto, estudos propõem uma nova visão destes conceitos, concebendo-os como bidimensionais e, portanto, independentes entre si. A introdução desta concepção bidimensional permitiu o surgimento de uma nova área de estudo em gênero - a androginia psicológica. Baseada em uma nova concepção de androginia e nos modelos teóricos elaborados previamente para avaliar este conceito, Giavoni (2000) elaborou um novo modelo para avaliar a androginia psicológica: o Modelo Interativo. Diferentemente dos demais modelos que deferiram a androginia como um grupo específico, este modelo previu que todos os indivíduos, independentes do sexo, apresentam na psique traços representativos da masculinidade e da feminilidade, ou seja, todos os indivíduos seriam portadores de diferentes graus de androginia. Desta forma, esta passa a ser um estado psicológico, resultante da interação entre os esquemas masculino e feminino presentes no autoconceito. A influência que os construtos de masculinidade e feminilidade exercem sobre diferentes componentes psicológicos e sociais, permite inferir que os mesmos encontram-se diretamente relacionados com diversas dimensões da área desportiva. Diante do exposto, estudos foram desenvolvidos buscando investigar a relação do Perfil Psicológico de Gênero com diferentes variáveis esportivas, de saúde e bem-estar, na tentativa de avaliar as contribuições do esporte no processo de tipificação sexual, bem como, na avaliação da performance psíquica e motora de atletas inseridos em diferentes grupos tipológicos baseados no gênero. O objetivo da palestra será apresentar todos resultados encontrados nestes últimos 10 anos de pesquisa com o tema.

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