Ícaro de Castro Mello

Parte de Entre a trena e o cronômetro . páginas 217

Resumo

PREÂMBULO
Há duas décadas , Vicente Correa de Mello estava no apogeu da sua força e era senhor absoluto dos predicados físicos que lhe consagrara a personalidade através dos honrosos títulos de campeão paulista e brasileiro de remo , conquistados em pugnas memoráveis , em jornadas difíceis e empolgantes, ao lado de velhos companheiros como Edgard Perdigão, Jonas Pacheco e Josino Maia, uma guarnição de fibra, temida pelo seu valor e grande capacidade.

Vencera pelo vigor de seus braços, cujos músculos se encadeavam formando tentáculos de ferro que inúmeras vezes o fizera cruzar o posto de chegada em primeiro lugar. O peito forte e destemido, queimado pelos sóis de inesquecíveis j0ornadas, a fronte inteligente e enérgica , eram outros sinais do homem afeito a luta dos esportes. Estudando-se por ele a espécie, poder-se-ia dizer: “O esportista é no fundo , a resultante do homem primitivo. Este, surgido do nada, chocou-se com as asperezas do mundo que se lhe destinou. E lutou. E se empenhou em combates sem quartel pela própria subsistência , sentiu ainda a imperiosa necessidade da luta, porque a sua conformação nervosa e muscular, a sua inteligência, assim determinavam. Hoje temos o homem derivando a força dos seus nervos e a riqueza dos seus músculos na conquista do aperfeiçoamento físico uniforme e criterioso”.

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