Resumo

A Teoria da Socialização Ocupacional descreve como a aculturação, socialização profissional e socialização ocupacional afetam as identidades dos professores de Educação Física. Para melhor compreender os percursos profissionais daqueles docentes, este estudo examina a interação mútua entre características individuais e ambientais de doze professores, cuja experiência varia de um a doze anos de serviço docente. Os dados foram coletados por entrevistas semiestruturadas, de duração variável entre 45 a 90 minutos, que foram analisadas separadamente através de uma análise vertical, seguida de uma análise horizontal comparativa, permitindo o exame de paralelismo e discrepâncias entre ciclos de carreira. Os participantes foram questionados sobre: i) como a experiência de ensino mudou o seu conhecimento; ii) que situações lhes dão confiança; iii) o que havia de diferente nessa profissão em relação a outras que experimentaram; iv) o que um professor tem de ter ou fazer para ser profissional; v) como a sociedade vê os professores e como isso os impacta; vi) se estavam realizados na profissão. Os resultados mostraram que uma maior experiência docente impulsiona o conhecimento, o que foi consentâneo em todos os ciclos de carreira. Todos os participantes afirmam que o ensino de Educação Física é substancialmente diferente de outras profissões relacionadas com o Desporto, especialmente quando comparado com o treino desportivo. É reconhecido, em todos os ciclos de carreira, que a sociedade desconsidera os professores de Educação Física, questionando constantemente o seu conhecimento. Os participantes no ciclo de Entrada na Carreira relatam estar satisfeitos e confortáveis com a profissão. Os professores no ciclo de Consolidação das Competências Profissionais e no ciclo de Afirmação e Diversificação não estão satisfeitos com a carreira neste momento. Os professores no ciclo de Entrada na Carreira focam-se em melhorar as suas competências através da reflexão, enquanto os demais focam-se em ser afetuosos, em constituírem um exemplo para os seus alunos e em serem seus “cuidadores”. Não existiu concordância acerca do que os professores precisam de ter e/ou alcançar para serem considerados profissionais, entre os diferentes ciclos de carreira.

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