Resumo

A mudança no padrão alimentar, bem como do estilo de vida impactou significativamente na transição alimentar da população nas últimas décadas. A redução do consumo de alimentos in natura e o aumento de alimentos processados e sobretudo ultraprocessados, tem ocasionado aumento significativo da massa corporal e outras consequências para a saúde, tanto em nível físico, metabólico e emocional. Desse modo, reconhecendo a importância de fomentar programas que possam reduzir os impactos da transição alimentar nos dias atuais, principalmente na adolescência, tornam-se necessárias ações multiprofissionais que visem a mudança de comportamento alimentar, além do estímulo à atividade física. OBJETIVO: Avaliar os efeitos da orientação nutricional sob o nível de processamento de alimentos em adolescentes com excesso de peso ou obesidade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo pré-experimental, longitudinal, comparativo de amostragem não probabilística. Foram recrutados 28 adolescentes (13,8 ± 2,4 anos), de ambos os sexos, com obesidade (Índice de Massa Corporal-IMC = 33,90 ± 7,00 kg/m²). Foram realizadas intervenções multidisciplinares ao longo de 12 semanas, com intervenções nutricionais (1x/semana, duração de 30 minutos, com foco na reeducação alimentar), psicológicas (1x/semana, totalizando 30 minutos, priorizando a educação em saúde), e exercícios físicos (2x/semana, 1 hora, com exercícios aeróbios e resistidos com foco na melhoria da aptidão física relacionada à saúde). Os participantes foram convidados a preencherem um registro alimentar de três dias não consecutivos, aplicado antes e após o período de intervenção. Posteriormente, os alimentos foram classificados conforme o Guia alimentar para a população brasileira (2014) de acordo com o nível de processamento (in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados), sendo que os alimentos foram calculados em gramas, calorias e % do valor energético total (VET). RESULTADOS: Os principais resultados indicaram redução significativa (p<0,05) no consumo de processados (49,73%) e no consumo de ultraprocessados (67,16%) em gramas e (65,23%) em calorias. Os alimentos in natura em gramas (61,97%) e calorias (118,03%) e consumo de minimamente processados (27,45%) em gramas apresentaram um aumento significativo (p<0,05) após o período de intervenção. CONCLUSÃO: 12 semanas de intervenções nutricionais foram capazes de proporcionar impactos positivos no comportamento alimentar de adolescentes com excesso de peso, com aumento do consumo de alimentos in natura e minimamente processados, além da redução do consumo de alimentos processados e ultraprocessados

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