Impactos físicos e cognitivos de exergames nas aulas de educação física para crianças com transtorno do espectro autista: uma breve revisão de literatura
Por Juliana Macedo Miranda (Autor), Rafael dos Santos Cruz (Autor), Isabela Almeida Ramos (Autor).
Em 12º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região - CONCREF
Resumo
Introdução – O Transtorno do Espectro Autista são distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado por deficiência na interação e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de comportamento. A utilização de exergames como intervenção nas aulas de educação física para crianças com TEA pode ser uma alternativa para não perderem o foco nas atividades rapidamente. Objetivo – Realizar uma revisão de literatura sobre a utilização de exergames como intervenção nas aulas de educação física para crianças com transtorno do espectro autista. Revisão de literatura – O transtorno do espectro autista apresenta prejuízos nas áreas de socialização, linguagem/comunicação e comportamento. A criança com TEA pode apresentar um hiperfoco, principalmente por telas. Assim, intervenções com exergames podem ser um meio para estimular essas crianças e mantê-las na atividade por mais tempo. Essas tecnologias podem oferecer programas na intenção de melhorar funções executivas, capacidades motoras e nível de atividade física. Materiais e Métodos – As buscas do estudo foram realizadas por dois avaliadores de forma independente, limitadas à língua inglesa em duas bases de dados: PUBMED e SCIELO, no mês de abril de 2022, com artigos de 2014 a 2022. As combinações de descritores com o operador boleano AND foram: “Autism Spectrum Disorder and Exergames”, “Autism Spectrum Disorder and Xbox” e “Autism Spectrum Disorder and active videogame”. Adotaram-se como critérios de inclusão os artigos que utilizaram a plataforma Xbox Kinect como intervenção para avaliar capacidades motoras, funções executivas, comunicação social ou níveis de atividade física. Resultados – Após análise dos critérios foram incluídos cinco artigos que foram encontrados no idioma inglês e estavam relacionados as capacidades motoras, as funções executivas, a comunicação social e ao nível de atividade física. Nos estudos apresentados, a função executiva apresentou melhoria; o nível de atividade física pode aumentar com exergames e não houve alterações na comunicação social e nas capacidades motoras. Discussão – Os exergames exigem habilidades e capacidades motoras em uma variedade de tarefas cognitivas devido à exigência de planejamento, tomada de decisões, flexibilidade cognitiva e controle inibitório (KRAUSE; HOUNSELL; GASPARINI, 2020; MONTEIRO-JUNIOR et al., 2017). Intervenções com exergames devem ser vistas como novidade do movimento, expandindo suas possibilidades e servindo de incremento às aulas de Educação Física. Conclusão – Os resultados apresentados mostraram que a utilização de exergames como intervenção foi positiva quando relacionada à função executiva e ao nível de atividade física.