Resumo

Introdução – O Transtorno do Espectro Autista são distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado por deficiência na interação e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de comportamento. A utilização de exergames como intervenção nas aulas de educação física para crianças com TEA pode ser uma alternativa para não perderem o foco nas atividades rapidamente. Objetivo – Realizar uma revisão de literatura sobre a utilização de exergames como intervenção nas aulas de educação física para crianças com transtorno do espectro autista. Revisão de literatura – O transtorno do espectro autista apresenta prejuízos nas áreas de socialização, linguagem/comunicação e comportamento. A criança com TEA pode apresentar um hiperfoco, principalmente por telas. Assim, intervenções com exergames podem ser um meio para estimular essas crianças e mantê-las na atividade por mais tempo. Essas tecnologias podem oferecer programas na intenção de melhorar funções executivas, capacidades motoras e nível de atividade física. Materiais e Métodos – As buscas do estudo foram realizadas por dois avaliadores de forma independente, limitadas à língua inglesa em duas bases de dados: PUBMED e SCIELO, no mês de abril de 2022, com artigos de 2014 a 2022. As combinações de descritores com o operador boleano AND foram: “Autism Spectrum Disorder and Exergames”, “Autism Spectrum Disorder and Xbox” e “Autism Spectrum Disorder and active videogame”. Adotaram-se como critérios de inclusão os artigos que utilizaram a plataforma Xbox Kinect como intervenção para avaliar capacidades motoras, funções executivas, comunicação social ou níveis de atividade física. Resultados – Após análise dos critérios foram incluídos cinco artigos que foram encontrados no idioma inglês e estavam relacionados as capacidades motoras, as funções executivas, a comunicação social e ao nível de atividade física. Nos estudos apresentados, a função executiva apresentou melhoria; o nível de atividade física pode aumentar com exergames e não houve alterações na comunicação social e nas capacidades motoras. Discussão – Os exergames exigem habilidades e capacidades motoras em uma variedade de tarefas cognitivas devido à exigência de planejamento, tomada de decisões, flexibilidade cognitiva e controle inibitório (KRAUSE; HOUNSELL; GASPARINI, 2020; MONTEIRO-JUNIOR et al., 2017). Intervenções com exergames devem ser vistas como novidade do movimento, expandindo suas possibilidades e servindo de incremento às aulas de Educação Física. Conclusão – Os resultados apresentados mostraram que a utilização de exergames como intervenção foi positiva quando relacionada à função executiva e ao nível de atividade física.

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