Resumo

O presente estudo descritivo teve como objetivo investigar as implicações psicossociais da obesidade infantil em crianças de 8 a 10 anos inseridas no contexto das aulas de Educação Física em instituição particular de ensino. A população foi composta por 121 crianças de ambos os sexos. Como instrumento utilizaram-se as medidas antropométricas de peso e altura, tendo-se obtido o índice de massa corporal (IMC), a sociometria e as observações de comportamentos das crianças em aulas de educação física. A coleta de dados foi feita de forma individual (IMC) e coletiva (filmagens). Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva e análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que, no grupo de crianças, 61,15% apresentaram IMC normal, 20,66%, sobrepeso e 18,18% eram obesas. Na sociometria das turmas, constatou-se que o grupo de crianças com sobrepeso e obesas obteve maior percentual de escolha no critério motor do que no afetivo; a preferência da aceitação social das crianças foi maior para crianças com IMC normal (70,24%, no critério afetivo e 66,94% no critério motor). Quanto à observação dos comportamentos apresentados pelas crianças com sobrepeso e obesas dentro do contexto das aulas de Educação Física, constatou-se que regularmente as crianças apresentaram comportamentos esperados para sua faixa etária, exceto pela fadiga e alguns casos de isolamento, o que afetava o aspecto social das crianças. Sendo assim, concluiu-se que a obesidade acarretou problemas influentes no contexto das aulas de educação física para aquelas crianças que se mostraram retraídas, isoladas e de baixa auto-estima; ou seja, o ambiente social mostrou-se apto a receber sem maiores distinções crianças obesas que se mostraram interessadas em participar das atividades e do contexto social da turma.

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